José Macia Pepe se denomina o maior artilheiro humano da história do Santos, isso porque na sua frente só está um “tal” de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, considerado como extraterrestre pelo companheiro. Feliz foi o futebol e o Alvinegro Praiano, que não só foi privilegiado em tê-los em campo, como viu Pelé e Pepe atuando juntos durante 13 anos ininterruptos.
Em homenagem aos 80 anos do “Rei da Bola”, como o “Canhão da Vila” chama o seu eterno companheiro de ataque, Pepe, em conversa exclusiva com o LANCE!, explicou o motivo no qual considera Pelé o maior jogador de história. O Rei do Futebol completou 80 anos no último dia 23 e o L!, em homenagem, preparou a série "Pelé, 80 anos em 80 dias", com tributos desde a sexta-feira.
– Único jogador completo que eu vi: pela direita, pela esquerda, cabeceio, chute, impulsão, tudo direitinho. Eu jogava ao lado dele e não era fácil coisa nenhuma, porque ele fazia coisas diferentes e você tinha que acompanhar o raciocínio dele – disse Pepe, hoje com 85 anos, à reportagem do LANCE!.
José Macia acredita que o Rei manteria a sua majestade independentemente da época que atuasse. Ainda assim, o Canhão também crê que o momento onde Pelé brilhou foi o ideal, já que o futebol contemporâneo preza mais pela marcação do que o ataque.
– No futebol atual é humanamente impossível fazer os estragos que o Pelé fazia na nossa época. Logicamente, apesar de ser muito marcado, a gente tinha, não só pelas condições técnicas dele, uma movimentação muito grande e ficava difícil. Muita gente tentou o marcar homem a homem, como fazem agora – afirmou o ex-jogador.
– Dizer que no futebol atual ele não seria brilhante, seria sim. Embora o futebol no momento a preocupação maior dos treinadores é não deixar jogar, quase ninguém se preocupa em jogar e fazer gols, tem que marcar, fazer isso e aquilo. A presença do Pelé foi na época certa – acrescentou.
Em eras seguintes do futebol, grandes atletas foram comparados a Pelé. Pepe cita dois, mas acredita que a dupla não coleciona tantos atributos técnicos como o Rei.
– Hoje tem Lionel Messi, já teve Maradona, jogadores incríveis, maravilhosos, mas que não teve todos os atributos que o Rei da Bola teve – pontuou o Canhão da Vila.
Pepe chegou ao Santos em 1954, dois anos antes de Pelé, e nunca vestiu outra camisa. Se aposentou em 1969. Já o Rei, ficou no Peixe até 1974, quando se transferiu para o New York Cosmos, dos Estados Unidos. Juntos, pelo Alvinegro, os dois balançaram as redes 1.494 vezes.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini