Pela primeira vez desde junho de 2015, um técnico do São Paulo deu entrevista como líder do Campeonato Brasileiro. E Diego Aguirre pouco se importa com o fato de poder perder essa condição caso o Flamengo vença o Bahia, no Maracanã, nesta quinta-feira. Depois da vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo, no Morumbi, o treinador sentiu que retomou a alegria no Tricolor.
- O ponto fundamental, além de trabalho e dedicação, são a mentalidade, o espírito, o buscar dentro de si mesmo forças para superar dificuldades. Os jogadores estavam sofrendo, tristes, o São Paulo não aspirava alegria. Hoje, os jogadores estão comprometidos, veem como uma nova oportunidade para todos. O grupo está feliz hoje, se dedicando muito nos treinos, querendo ganhar. Temos muitos jogadores de alto nível querendo demonstrar por que estão em um dos times mais fortes do mundo. Por isso, estamos todos juntos - disse Aguirre, valorizando a condição da equipe.
- É importante estar nas primeiras posições e na liderança. É muito importante. Está começando, falta muito, mas o começo tem sido bom e temos de ir melhorando. O time está se entrosando, melhorando e sinto que temos muitas coisas para melhorar e fazer ainda - projetou.
Fazer melhor, de imediato, pode ser acabar com o tabu do clube no Allianz Parque. Aguirre não esconde a sua confiança para fazer o São Paulo derrotar o Palmeiras pela primeira vez no sábado, embora não se iluda com a má fase do arquirrival no momento.
- O clássico de sábado é um jogo muito importante, significa muito. Ainda não enfrentei o Palmeiras nem no nosso campo nem no deles. Temos de mentalizar para fazer um grande jogo e tentar vencer. Vamos para a vitória. Respeito todos os adversários e o Palmeiras tem um elenco espetacular. Não é porque não é o melhor momento deles que devo pensar que é fácil. Mas tenho confiança, sinto que é possível e vamos tentar ganhar para manter a liderança ou nas primeiras posições.
Confira outros temas abordados por Aguirre nesta quarta-feira:
Escolhas na escalação
Nesta competição, é difícil de entender que tem de jogar a cada três dias, e jogos decisivos, com muita intensidade, como tentamos jogar. Temos de planejar as coisas e cuidar, assumir riscos para estar melhor para o próximo jogo. Fiz trocas porque não posso mudar todo o elenco. Jogou Edimar, Anderson, Régis, Petros, Marcos Guilherme, jogadores que não tinham jogado no domingo, e podemos compensar as dificuldades físicas que ainda teremos. faz parte de um planejamento. Em um jogo normal, é lógico que não tiraria Nenê, Diego e Everton, eram os melhores, mas não posso pensar só no jogo de hoje, porque no sábado temos o Palmeiras e, na terça, o Inter. Tomo decisões assumindo riscos, mas entendendo que é o melhor para o time.
Pontos positivo e negativo da atuação
Gostei da intenção de recuperar a bola rapidamente e ter transição rápida para situações de gol, o contra-ataque foi bom. Temos trabalhado bastante isso e, aos poucos, o time vai pegando essa coordenação e esse conhecimento para ter mais ataque. O São Paulo está melhorando e, obviamente, os rendimentos individuais ajudam, os atacantes estão em alto nível, o que facilita. Mas não gostei que fizemos faltas perto da área, sabíamos que Botafogo é forte na bola parada e, mesmo assim, fizemos essa faltas. Pode ter sido falta de foco e concentração, e erros que aconteceram que vou conversar individualmente, não dá para falar agora diante de todos.
Evolução ofensiva
Sinto que a primeira coisa que teríamos de melhorar é a defesa, e trabalhamos muito em fechar linha, trabalhar em bloco, muitas coisas que levam tempo. descuidamos um pouco da ofensiva porque não dá para fazer tudo junto. Estou há dois meses e meio. Parece muito tempo, mas tem pouco tempo para trabalhar. Tivemos semanas livres boas para implementar ideias ofensivas, o time foi pegando as ideias e estou feliz pelo que temos mostrado. Mas estamos começando, são oito jogos, não é nada. Temos de cuidar desse bom momento, valorizar, mas trabalhar muito porque o Brasileiro é muito difícil e você pode perder de qualquer se não estiver 100%.
Marcos Guilherme a um jogo do limite para trocar de time
Marcos Guilherme tem um jogo a mais. Temos de determinar qual será. Não o utilizamos em Belo Horizonte e hoje entendemos que seria necessário e foi bem. Temos de decidir quando será. Mas é o limite, terá só mais um jogo.
Não ter perdido ninguém por cartão para o Choque-Rei
É bom, mas são coisas normais, que acontecem em todo o elenco, por cartões ou lesões. São coisas que precisamos estar preparados. É bom estar com todos para esse final que será o jogo de sábado. Amanhã ou depois, teremos mais certeza de como os jogadores terminaram o jogo e vamos nos preparar para que os 11 que entrarão e quem estiver no banco se preparem para fazer um grande jogo e vencer.