Ajax é favorito, mas venda de Antony pode ficar para a próxima janela

Clube holandês pulou à frente do Borussia Dortmund e é quem tem as conversas mais adiantadas com o São Paulo, mas o negócio é complexo e a janela já fecha nesta sexta

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O Ajax (HOL) assumiu a dianteira na disputa para levar o atacante Antony, do São Paulo, mas a complexidade do negócio e o prazo curto para que a negociação seja concretizada podem fazer a venda ficar para a janela do meio do ano. Ficar com o jovem de 19 anos no primeiro semestre, aliás, é uma possibilidade bem vista pelo Tricolor, que ganharia tempo para encontrar um substituto à altura - dentro ou fora do elenco.

Para que Antony seja registrado pelo Ajax ainda nesta janela, toda a negociação precisa ser concluída até a última hora desta sexta-feira. O prazo é muito curto, ainda mais pelo fato de não haver acordo sobre o valor que seria pago. O Tricolor não gostaria de negociá-lo por menos do que 20 milhões de euros (R$ 94 milhões), valor oferecido pelo Manchester City no meio de 2019 e recusado pela diretoria em nome da manutenção do elenco.

O São Paulo já disse "não" para clubes que sinalizaram com cerca de 15 milhões de euros (R$ 70 milhões), casos dos alemães RB Leipzig e Borussia Dortmund, em dezembro. O Dortmund, aliás, pode ser considerado o vice-líder na disputa pelo jogador. No ano passado, chegou até a enviar representantes para observá-lo e conhecê-lo pessoalmente.

Além de ter ótima relação com os dirigentes são-paulinos e com o estafe de Antony, já que o monitora há bastante tempo, o Ajax está em vantagem em relação a outros interessados pela possibilidade de envolver nessa tratativa os 20% dos direitos econômicos de David Neres que ainda pertencem ao São Paulo. Essa informação foi publicada mais cedo por "Uol" e "Globo Esporte".

O clube paulista contava com essa fatia de uma eventual venda de Neres em 2019, mas o Ajax recusou as ofertas que chegaram por ele - o São Paulo calcula que receberia 7 milhões de euros (R$ 32 milhões) se o negócio tivesse saído. Negociar esse percentual no "pacote Antony", mesmo que por um valor abaixo dos 7 milhões de euros, seria uma forma de assegurar mais dinheiro em 2020.

A quantidade de detalhes a serem discutidos dificulta que o negócio seja fechado até sexta-feira, ainda mais pelo fato de o jogador estar na Colômbia disputando o Pré-Olímpico com a Seleção Brasileira.

O São Paulo não esconde a necessidade de vender jogadores para equilibrar o caixa - fechou 2019 com déficit de R$ 180 milhões e prevê em seu orçamento de 2020 o faturamento de R$ 155 milhões (33 milhões de euros) só em negociações, valor consideravelmente alto. Mesmo assim, o clube já sinalizou ao mercado que não vai negociar "no desespero", com o risco de receber menos do que acha justo pelos seus ativos.

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