Recém-contratado pelo São Paulo, o ambidestro Régis caiu como uma luva no time do técnico Diego Aguirre. Fã declarado de Cafu, o lateral tem demonstrado qualidade para subir ao ataque e conquistou a confiança da comissão técnica. Neste domingo, às 16h, o jogador espera repetir as boas atuações para conquistar a primeira vitória fora de casa com a camisa do Tricolor, diante do Fluminense, no Maracanã, pela terceira rodada do Brasileirão.
- Esse jogo de domingo será de extrema importância porque vai nos colocar em uma condição melhor na classificação e na nossa confiança em um começo de competição. Trata-se de um grande adversário que vive um bom momento. Temos tudo para fazer um grande jogo, sabemos do nosso momento. E o momento no São Paulo é de ganhar, é de vitória - afirmou o camisa 33 do Tricolor em entrevista ao LANCE!.
Desde que chegou ao clube, no meio de março, Régis já atuou nas laterais direita e esquerda. A polivalência do atleta contratado pelo São Bento tem auxiliado o técnico Diego Aguirre na formação da equipe, tanto com uma linha de quatro ou como de três jogadores na defesa. Fora isso, o São Paulo consegue ter força ofensiva nos dois lados do campo.
Apesar de ter conquistado a confiança da comissão técnica e de seus companheiros, o lateral ainda não conseguiu ajudar a equipe a vencer fora de casa. Diante do Fluminense, o São Paulo defende sua invencibilidade no Brasileirão e Régis espera uma atuação imponente no Maracanã.
- Espero que a gente possa fazer um grande jogo e esse retrospecto fora de casa mude, que façamos grandes jogos e que a gente se comporta como o São Paulo tem de ser: grande, jogando para frente, com personalidade. Espero que isso aconteça no domingo - afirmou.
Na última sexta-feira (27), durante a preparação do elenco para a partida no Rio de Janeiro, o lateral atendeu a reportagem e falou sobre seu início de trabalho no São Paulo, sobre as pretensões do elenco até o fim da temporada e sobre sua carreira, recheada de passagens por clubes de menor expressão. Confira!
Você não sentiu a pressão de vestir a camisa do São Paulo. Ao que se deve isto?
Desde a minha pré-temporada no São Bento, que foi muito bem feita, e fiz um bom campeonato. Já projetava isso para a minha carreira. Se eu tivesse a oportunidade de atuar em uma grande equipe, precisaria ter tranquilidade e maturidade para fazer bons jogos. Foi o que eu fiz. Procurei me preparar bem e cheguei aqui no São Paulo em um bom momento.
Ainda jovem você tinha essa projeção de jogar no São Paulo?
Sim, desde muito pequeno. Sempre tive a curiosidade de jogar em São Paulo. Sou de Brasília, a gente não tinha muitas oportunidades de sair do estado. O São Paulo sempre foi a minha motivação profissional.
E você encontrou tudo que projetou?
Com certeza. Tenho encontrado e espero usufruir ao máximo possível. Se tiver que ficar por aqui por muito tempo, será prazeroso. Sou um cara que gosto de ler, sou muito religioso. Deus me preparou para o momento certo, me calejou na vida para, quando eu pudesse chegar aqui, estar preparado para aproveitar a oportunidade.
Você tem recebido muitos elogios do Aguirre. Como lida com isso?
É interessante porque ele nos dá essa liberdade e temos essa opção. O Militão já está mais adaptado, joga um tempo por lá. Posso acrescentar na parte ofensiva. Espero que isso pode se dar muito bem e seja uma parceria de sucesso.
Em uma das entrevistas, Aguirre elogiou sua capacidade de se adaptar a diferentes situações dentro de uma mesma partida. Apesar dessa característica, você acredita que a ofensividade é sua maior virtude?
O São Paulo sempre teve como característica laterais que atacavam muito. Com a modernidade do futebol, o lateral deixou de ser um ala e passou a ser mais um defensor. Aqui no São Paulo estou buscando esse equilíbrio. A comissão tem me dado essa orientação. Jogando com três zagueiros tenho a liberdade para avançar, mas estou procurando usar essa oportunidade para evoluir.
Quais laterais do São Paulo te marcaram?
O Cafu é referência de todos. Mas gosto muito do estilo do Ilsinho. Do Cicinho, também, mas o Ilsinho é um pouco mais técnico, mais habilidoso, com bom drible, com lances bonitos. Gosto muito dele. Mas o Cafu foi o maior de todos. Vi pouco o Cafu jogar, eu era mais jovem, mas era um jogador de muita força, muito dedicado, que se aprimorou muito na parte física, nos cruzamentos, com força para marcar também. De referência, tenho um leque de opções. Espero marcar história aqui.
Você já falou em tradições do São Paulo nas laterais e em jogo bonito. Conhece bem a história do São Paulo?
Sempre acompanhei. O São Paulo foi o primeiro time que projetei para jogar em alto nível, por estrutura, história, condição que dá para o atleta. Não é porque estou aqui que estou falando isso, realmente fiz essa projeção para mim. E sempre me espelhei em laterais que passaram por aqui.
Você se preocupa com uma evolução na parte defensiva?
Por ter dedicado uma boa parte da minha carreira na parte ofensiva, a questão da defesa ficou um pouco debilitada. Mas tenho procurado me aperfeiçoar e evoluir.
E como se aprende a marcar?
Compromisso. Comprometimento com o sistema e procurando absorver o máximo as informações que a comissão técnica te passa. Tem que saber que não precisa só atacar. Por um longo tempo o brasileiro achou que o futebol era só para cima e isso mudou. Tem que ter um equilíbrio. É isso que tenho procurado fazer.
Vocês têm uma meta de pontuação neste início de Brasileiro?
Eu, particularmente, não fiz cálculo porque neste momento o importante é ir partida por partida, procurar evolução. A pontuação vai aparecer de acordo com o que a gente desempenhar dentro da competição. Mas é lógico que queremos ter sempre a pontuação elevada para brigar pelo título.
Como foi a conversa entre os jogadores depois da eliminação na Copa do Brasil? Há uma cobrança interna pelo Brasileiro?
Existe (essa cobrança). Estamos sempre conversando depois dos treinamentos, procurando a melhor alternativa para jogar. Lógico que obedecendo as orientações do treinador, mas a gente se cobra muito porque sabemos que temos de dar a resposta. O São Paulo sempre será cobrado por um futebol bonito porque sempre foi assim, com um futebol jogado, com variações de jogadas nas partidas. A gente se cobra muito para evoluir, não só na questão da garra e da vontade, como já tem sido acrescentado desde que o Aguirre chegou, mas a gente também se cobra muito na parte técnica.
O que você pode comentar sobre aquele lance contra o Paraná, em que você deu chapéu em um e deu uma caneta na sequência?
Foi um lance bem de improviso. Para falar a verdade, foi muito rápido. Tenho de ser sincero: não fui dar a caneta no segundo lance, fui para dar o chapéu. Seria um lance até mais bonito. Mas saiu a caneta e foi legal, deu uma repercussão muito boa. No meu primeiro jogo no Morumbi, já ter esse lance assim, e jogando como lateral-esquerdo... Na hora que vi o cara dando a passada, falei "é agora". Já consegui dar o chapéu.
Você já tinha feito lances assim?
Já, em outros clubes. Mas a repercussão aqui é muito maior. E sendo o primeiro jogo no Morumbi, o torcedor já fala "achamos o lateral". É muito cedo para falar, mas isso me deu motivação para ter mais confiança.