São Paulo joga para golear, mas fica em um empate ‘formador de caráter’

Tricolor foi muito prejudicado pela arbitragem e teve de amargar um empate em casa contra o time misto do Novorizontino, mas atuação e postura da equipe são pontos altos

imagem cameraRenato Gizzi/Photo Premium/Lancepress!
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 03/02/2020
20:58
Atualizado em 03/02/2020
22:00
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O São Paulo só empatou em casa com um Novorizontino cheio de reservas - a equipe do interior vai enfrentar o Figueirense, quinta-feira, pela Copa do Brasil -, mas deixou o torcedor menos apegado ao resultado satisfeito: o time jogou muito bem, finalizou mais de 20 vezes e merecia até uma goleada. A desastrosa atuação do árbitro Flávio Roberto Mineiro Ribeiro e a grande quantidade de chances perdidas impediram que o resultado fosse condizente com o rendimento.

Com um minuto de jogo, Alexandre Pato, posicionado novamente como centroavante, já havia marcado um gol após trama rápida do ataque são-paulino - o auxiliar Vitor Carmona Metestaine marcou impedimento inexistente. Antes da metade do primeiro tempo, o camisa 7 fez mais um, este com direito a drible no goleiro Oliveira, mas a arbitragem voltou a errar, dessa vez de maneira crassa, assinalando um impedimento que passou longe de existir.

Foram ainda dois pênaltis não marcados e um cartão amarelo que deveria ser vermelho para Léo Baiano, já nos acréscimos do segundo tempo, por uma entrada que fez Bruno Alves chegar ao vestiário carregado e sem conseguir apoiar o pé no chão.

Em termos de criação, talvez tenha sido a melhor partida do São Paulo desde a chegada de Fernando Diniz. Vitor Bueno e Pablo, os "pontas", se juntavam constantemente a Pato para completar as jogadas que vinham dos dois lados, com Juanfran e Reinaldo bem avançados. Hernanes também chegava bastante à área e só não fez o gol dele porque Felipe Rodrigues salvou em cima da linha.

Daniel Alves e Tchê Tchê ditavam o ritmo, correndo por todo o gramado e fazendo o time andar, e os zagueiros iam bem na saída de bola. Mas ela teimava em não entrar...

Instantes antes do gol de Higor Leite, Fernando Diniz havia trocado Pato - que já jogava em intensidade menor - por Brenner, no que parece ter sido uma aposta na capacidade de finalização que o garoto mostra nos treinos. Depois, trocou Juanfran e Hernanes pela velocidade de Toró e Everton.

O São Paulo terminou com Daniel Alves pela lateral (mas procurando muito as jogadas pelo meio), Toró aberto pela direita, Vitor Bueno pela esquerda e Everton por dentro, com Pablo e Brenner juntos no comando do ataque. O time continuava com volume de jogo, mas já falhava demais na tomada de decisão. Na melhor jogada que o Tricolor construiu depois que o Novorizontino tomou a frente, Daniel Alves chegou ao fundo e cruzou para trás, de onde não vinha ninguém.

Quando o faro de gol de Brenner apareceu, aos 41 minutos do segundo, foi em um lance marcado mais pela raça do que pela técnica. O garoto empurrou a bola para a rede meio de qualquer jeito após um cruzamento meio mascado de Vitor Bueno. Irônico que o Tricolor tenha conseguido o gol dessa forma em uma partida em que criou tanto, e também que Pablo tenha tido as duas últimas oportunidades do jogo após uma falta não marcada de Arboleda, no único erro a favor do São Paulo na noite.

Os pouco mais de 14 mil torcedores que enfrentaram a chuva e foram ao Morumbi acabaram o jogo entusiasmados com a raça demonstrada pela equipe. Pode ser que esse empate, do jeito que foi, seja mais proveitoso para o futuro desse time que está ganhando cara do que uma goleada teria sido.

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