ANÁLISE: Heroico, São Paulo dá sinais que sim, pode lutar por coisas maiores e melhores na temporada

Jogo em Santiago entrou no rol das grandes atuações do Tricolor em competições sul-americanas. E a raça que a torcida cobrava, apareceu. Existe alma no Morumbi...

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Para quem não sabe, moro com um familiar palmeirense. Daqueles fanáticos. E sempre que lhe perguntam sobre os maiores jogos que ele viu na vida daquele time verde, a resposta é um 2 a 0 sobre o São Caetano pelo Paulistão de 2003...


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+ ATUAÇÕES: Com o São Paulo com três a menos, Luciano desencanta em goleada cheia de emoções


Eu sei, eu sei, a esta altura você está dizendo 'o que diabos esse cara está falando'... Mas quando se pesquisa sobre essa insólita partida, se descobre que o Palmeiras jogou com dois expulsos todo aquele segundo tempo, diante de uma tempestade, na casa do time do ABC (que era um dos principais clubes do Brasil na época), com o volante Magrão (lembram dele?) perdendo os dentes no gramado e mesmo assim conseguiu os gols que o levaram à classificação... E o time estava na Série B.

Pois este escriba acredita que os tricolores que acompanharam a vitória por 4 a 2 sobre o Universidad Católica nesta quinta-feira, no Chile, passarão gerações lembrando do feito. Como alguns palestrinos se lembram daquela noite ante o Azulão.

O São Paulo escreveu mais um capítulo no seu já recheado livro de glórias em competições sul-americanas. Mesmo com Igor Vinícius, Nestor e Calleri expulsos (fato que não acontecia há quase 13 anos), conquistou um resultado hercúleo e precisa de muito pouco para sair do Morumbi classificado para as quartas de final na semana que vem.

Na mesma Santiago onde Rogério Ceni entrou para a história em 2013 e aceitou esticar um pouquinho a carreira. Na mesma Santiago onde o Tricolor meteu a maior goleada na história da final da Libertadores. Contra os mesmos chilenos, que nunca conseguiram eliminar o clube brasileiro nas competições continentais. Contra os mesmos chilenos que não vencem um mísero jogo do São Paulo há 14 anos.

Partidas como a de quinta servem para reforçar o tamanho do clube paulista. Servem para, mesmo em meio às crises, reafirmar a grandeza de um gigante mundial. Mostrar a árbitros medíocres e rivais tagarelas que não é o Mais Querido à toa. 

E, para a torcida, carente de atuações com brio, se deleita com um Luciano matador, de um meio-campo criativo e arisco com o trio dos guris tricolores (Nestor, Igor Gomes e Gabriel Neves), de um Patrick recuperando o futebol que o consagrou no Internacional. De um Reinaldo revivendo seus melhores momentos.

Dá razão a Ceni, com um trabalho bom até aqui nessa segunda passagem como comandante do clube, quando reclama do cansaço do plantel e dos desfalques...

Pois com expulsões e nove contundidos, Ceni viu Jandrei não mostrar abatimento pelos boatos de procura de um novo arqueiro e repetir sua atuação de quase dez anos atrás. Viu Miranda lembrar porque foi um dos maiores da posição no Morumbi.

Atuações como a de quinta mostram ao são-paulino que o São Paulo é grande. E pode sim lutar por grandes coisas nesta temporada. Recupera a autoestima, a moral, a empolgação. Nunca a grandeza. Essa sempre esteve e estará lá, seja onde for. Principalmente em Santiago. Principalmente na América do Sul.

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