O São Paulo voltou a jogar em alto nível neste domingo, mas não por 90 minutos. O time de Fernando Diniz fez ótimo primeiro tempo, abriu 2 a 0 de vantagem sobre a Ponte Preta e criou oportunidades suficientes para golear, mas ironicamente perdeu intensidade depois que Yuri foi expulso e deixou os visitantes em desvantagem numérica aos sete minutos da etapa final. A vitória por 2 a 1 no Morumbi foi mais sofrida do que o necessário.
O Tricolor chega à estreia na Libertadores, às 21h de quinta-feira, contra o Binacional (PER), em Juliaca, com um saldo positivo na temporada. Não só pelos 15 pontos que o colocam na liderança do Grupo C do Paulistão e na terceira colocação no geral, atrás de Santo André (19) e Palmeiras (17), mas por ter apresentado uma identidade ao longo das oito partidas jogadas até aqui.
Hoje, o torcedor são-paulino vai ao estádio sabendo que assistirá a uma equipe que se apodera da bola, busca envolver o adversário com movimentação e trocas de passes e cria uma infinidade de chances. Foi o que aconteceu na etapa inicial, em que o São Paulo teve 68% de posse de bola e 16 finalizações contra cinco da Ponte Preta. Transformá-las em gol ainda é um desafio: foram só quatro chutes na direção do gol, incluindo os que balançaram as redes, de Pato e Reinaldo.
Entre vários destaques individuais, o principal foi Vitor Bueno, que distribuiu passes inteligentes e fez o ataque são-paulino fluir. Foi ele quem deu a bola para Pablo cruzar e encontrar Pato em condições de abrir o placar. Também foi ele que, de maneira brilhante, rolou para Reinaldo chegar batendo e fazer 2 a 0. Igor Vinícius e Pablo, que substituíram Juanfran e Antony, deram conta do recado e mostraram que o elenco oferece boas peças além dos titulares.
O segundo tempo começou da mesma forma e deixava a impressão de que a goleada viria naturalmente. Logo depois da expulsão, o goleiro Ivan salvou a Ponte Preta com ótimas defesas em chutes de Pablo e Igor Gomes, mas o São Paulo foi se apagando aos poucos. A troca de Pablo por Hernanes, que talvez tenha sido feita para que Diniz pudesse testar o Profeta armando ao lado de Igor Gomes, piorou o time. Hernanes não entrou bem, enquanto Pato, Bueno e Igor tornaram-se menos incisivos.
A Macaca não fez muito mais do que a jogada que terminou no gol de Dawhan, mas rondou a área nos minutos finais do jogo e deixou o torcedor apreensivo. Um time consistente não permitiria que isso acontecesse. O São Paulo ainda está no caminho para sê-lo.
Apesar disso tudo, os números da etapa final não foram muito diferentes dos registrados no primeiro tempo: 69% de posse de bola e 11 finalizações, sendo cinco na direção do gol - a Ponte finalizou quatro vezes.