O São Paulo iniciou a votação entre os associados do clube para definir sobre a possibilidade de mudança em seu estatuto. Entre as propostas, está a possibilidade de permitir uma reeleição do presidente que está no cargo. O pleito foi iniciado às 9h deste sábado e tem prazo de término às 17h.
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Apesar da votação iniciada entre o Conselho ter sido virtual - como é o padrão após o início da pandemia do coronavírus -, a Assembleia Geral votará de forma presencial, nos ginásios I, II e III do clube, no Morumbi. Esta será restrita apenas a sócios que tenham pelo menos dois anos de contribuição ininterrupta.
Conforme adiantado pelo LANCE!, seria o primeiro passo para a medida retornar ao estatuto do Tricolor paulista. Sua saída foi promovida por Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, em 2017.
No começo do mês, o Conselho Deliberativo do Tricolor votou e aprovou a mudança no estatuto. A votação, no caso, contou com 157 conselheiros a favor e 68 contra. Também houveram duas abstenções. Agora, quem decidirá se encaminhará para frente ou não será a Assembleia Geral.
A proposta gerou opiniões diversas. Na primeira votação, conforme divulgado pelo LANCE!, cerca de 40 torcedores protestaram contra nas portas do estádio do Morumbi. Desta vez, o levante surgiu com maior peso nas redes sociais, onde uma parcela da torcida destaca que tal mudança seria 'um golpe' do presidente Julio Casares e de Olten Ayres de Abreu Júnior, presidente do Conselho.
Julio Casares e Olten Ayres de Abreu Júnior entraram na Justiça contra opositores que usaram as redes sociais para criticar a tentativa dos dirigentes em aprovar a reeleição da atual gestão para mais um mandato.
Casares processou pelo menos dois sócios do clube por difamação até a publicação desta reportagem: Kristian Carneiro Orberg e Fábio Giaconi de Brito Machado. Além da dupla, Olten ajuizou queixa-crime contra outros três integrantes do quadro associativo tricolor.
Caso a proposta seja aprovada pelos sócios, tanto Casares quanto Olten poderão tentar se reeleger por mais três anos. A principal justificativa para esses atos seria que a gestão está sendo positiva para 'reconstrução' que o São Paulo enfrenta - principalmente no quesito financeiro, uma vez que atravessa uma dívida estimada em mais de R$700 milhões.
De acordo com Mario Braga, um dos conselheiros envolvidos na primeira votação, a mudança no estatuto feita por Leco teria sido equivocada.
- Na minha opinião, essa decisão não foi benéfica para o clube, justamente por não dar a oportunidade para que uma gestão bem feita possa continuar beneficiando o clube. Dessa forma, eu acredito que existe a necessidade de sanarmos essa decisão equivocada do passado - justificou.
Conforme algumas postagens feitas por torcedores nas redes sociais, os associados com o direito de voto realizaram e receberam convocações onde seriam servidos cafés da manhã para quem estivesse presente neste sábado (24).
A proposta também causou reações em nomes como o de Marco Aurélio Cunha. O ex-diretor executivo do São Paulo e Conselheiro Vitalício usou suas redes sociais para se opor.
- A reeleição pode ser justa no futuro, para aqueles que podem vir a ser candidatos e, eventualmente, eleitos presidentes do São Paulo. Não para o que está na gestão do momento. Isso é um casuísmo. Então, já sabia anteriormente como o São Paulo estava, era a mesma diretoria das pessoas que hoje estão aqui, e a regra do jogo estava clara e foi defendida pelo próprio presidente eleito: ‘não haverá reeleição’ - justificou.