A saída do diretor de futebol Luiz Cunha na última terça-feira não causou nenhum incômodo para Edgardo Bauza. Segundo Patón, durante entrevista exclusiva ao LANCE! que será publicada na íntegra nesta sexta-feira, a baixa do cartola tem reflexos somente na política do São Paulo, e não no futebol.
– Absolutamente nada. Nada. Atuava fora dos jogos, dos treinamentos. Tratei sempre de tirar o plantel de tudo isso. É tema político muito complexo, mas não nos diz respeito e não nos afeta. Cunha nunca trabalhou em campo. Ficava fora, para solucionar alguns inconvenientes que apareciam. Resolvia coisas de concentração, viagem, algo para o qual existem outras pessoas – minimizou.
Nos últimos dias, os atletas questionados sobre o pedido de demissão de Cunha mostram surpresa com o caso. Para Bauza, no entanto, o grupo está tranquilo e reagiu bem ao comunicado feito por ele na última terça-feira no CT da Barra Funda, na reapresentação da equipe.
– Não falamos muito sobre isso. Só comuniquei eles, porque primeiro o presidente Leco falou para mim que estava mudando uma pessoa. E eu disse aos atletas: “meninos, Luiz Cunha não trabalha mais conosco, foi uma coisa política”. Dois minutos e terminou – ponderou.
RELEMBRE O CASO
Luiz Cunha iniciou sua gestão na diretoria de futebol em 13 de março deste ano, logo após Ataíde Gil Guerreiro ser afastado da vice-presidência da pasta. Foram quase três meses de trabalho até o cartola pedir demissão por razões pessoais e divergências em ideologias. Foi contra, por exemplo, gastar R$ 8,8 milhões no peruano Cueva e acreditava ser necessário dar mais espaço aos frutos das categorias de base, onde trabalhava até março. A versão da diretoria é que Cunha passou por um "surto" e que acabou traindo a confiança de quem o levou de Cotia para gerir o futebol profissional.