Bola parada de Reinaldo decide, mas há algo mais a se olhar no São Paulo
Mais uma vez, Tricolor jogou melhor quando teve a velocidade de Everton e Toró em campo. Pênalti que definiu a vitória veio de um contra-ataque nos acréscimos
Dois gols do contestado Reinaldo, um após cobrança de falta curta de Hernanes e outro em um pênalti bem assinalado com auxílio do VAR nos acréscimos do segundo tempo, deram ao São Paulo uma importantíssima vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense - o time fecha o sábado em quarto lugar, seis pontos atrás do líder Palmeiras, cenário que pode mudar no complemento da 12ª rodada.
Mas há algo além da bola parada a se olhar neste segundo triunfo seguido do time de Cuca. O São Paulo passou a incomodar muito mais o Fluminense quando teve em campo jogadores de velocidade e dinâmica: Everton e Toró entraram nas vagas de Hernanes e Pato aos 14 minutos do segundo tempo, enquanto Igor Gomes substituiu Luan aos 35. Esses jogadores foram fundamentais para que a equipe, que passou quase toda a partida postada em seu campo de defesa esperando um erro do adversário, conseguisse encaixar bons contra-ataques.
Eram 47 minutos do segundo tempo e o São Paulo, em vez de se contentar com aquele que seria seu sétimo empate em 12 rodadas no Brasileirão, tomou a bola e foi para cima do Flu. Igor Gomes cruzou da direita, Everton pisou na área para cabecear e acabou descolando um pênalti ao direcionar a bola no braço de Allan. Foi esse o lance que resolveu o jogo, mas poderia ter sido a arrancada de Antony que terminou em chute fraco nas mãos de Muriel, na jogada em que Raniel recebeu de Tchê Tchê e cruzou quando deveria chutar, no lance em que Toró entortou a defesa e foi ao fundo pela esquerda... O Tricolor teve coragem para ganhar na etapa final.
No primeiro tempo, o que se viu foi um enredo que já cansou o torcedor. A estratégia de esperar o Fluminense deu certo até Reinaldo abrir o placar. Depois dali, o São Paulo não conseguiu mais manter uma distância segura de seu próprio gol, foi cedendo terreno ao adversário e tomou o empate. E poderia ter tomado outros gols no fim da etapa inicial ou no início do segundo tempo, momentos em que a equipe de Fernando Diniz se apoderou da partida.
Cuca, que repetiu a escalação titular pela primeira vez desde que chegou ao São Paulo, disse antes da partida que preferiu não fazer modificações baseadas na melhora absurda apresentada no segundo tempo contra a Chapecoense. Mas agora o cenário se repetiu: o Tricolor foi melhor com a velocidade de Everton e Toró do que sem a dupla.
Como o jogo contra o Athletico-PR ainda não tem data devido à viagem do rival ao Japão para a disputa da Copa Suruga, o São Paulo só volta a jogar em 10 de agosto. Mais tempo para Cuca trabalhar e aprimorar o time, que parece estar mostrando a sua cara ideal: com mais velocidade e intensidade e menos cadência. O que, coincidência ou não, sempre foi a marca do treinador nas equipes que dirigiu.