O confronto entre torcedores organizados e a Polícia Militar após a partida entre São Paulo x Atlético Nacional (COL) na última quarta-feira gerou relatos de revolta na internet. São-paulinos que se disseram presentes no Morumbi postaram mensagens indignados com a confusão e uma suposta ação de vandalismo dos próprios organizados do clube. A confusão após o duelo pela Libertadores levou três torcedores feridos à enfermaria do estádio e deixou 12 policiais machucados, de acordo com a PM. Nove pessoas foram detidas.
Nos relatos postados em redes sociais, há reclamações de roubos e agressões de torcedores organizados aos próprios são-paulinos logo após a partida. Essa versão corrobora com a dada pela PM após o fim do conflito, nas palavras do Tenente Coronel Gonzaga. Depoimentos colhidos pela reportagem do LANCE! ainda no Morumbi dão conta que o conflito começou na saída do portão 6, setor Laranja, onde fica a Independente, maior e mais expressiva organizada do clube, e a Dragões da Real, outra organizada.
A chegada da Tropa de Choque no local onde a confusão foi iniciada aumentou a tensão entre os torcedores. As autoridades agiram com balas de borracha e bombas de efeito moral, como mesmo admitiu o Tenente Gonzaga. Os organizados respondiam arremessando garrafas. Torcedores comuns, assustados com o episódio, não conseguiam deixar o Morumbi com tranquilidade. Durou cerca de meia hora toda a briga.
Vale lembrar que mesmo dentro do estádio, com a bola rolando, houve vários focos de briga nas arquibancadas. A verdade é que há uma guerra fria entre os são-paulinos organizados e comuns há tempos. Os membros das facções se queixam da relação dos demais com o clube no estádio. Para a semifinal da Libertadores, o São Paulo também priorizou a venda de ingressos aos seus sócios-torcedores.
No Twitter, a Independente postou uma mensagem após o conflito.
"E assim a história segue em frente. Ame o São Paulo e não a Libertadores, restante do ano os mesmo 10 mil troxa irão ao Morumbi", diz mensagem no Twitter oficial da organizada.
O termo "modinha" foi muito empregado em relatos de torcedores comuns para indicar como a suposta investida dos organizados contra os próprios são-paulinos teria começado. O São Paulo perdeu o jogo de ida da semifinal da Libertadores por 2 a 0, resultado que contribuiu para o aumento da tensão entre os fanáticos.
Também em redes sociais, torcedores do São Paulo cobraram ações da diretoria por conta do episódio de quarta. Reclamam que o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva admitiu, em entrevista à Folha de S. Paulo, que ajuda financeiramente as organizadas.