Uma semana depois do fato e com a semifinal do Campeonato Paulista já resolvida, o técnico Rogério Ceni disse que a atitude de fair play de Rodrigo Caio no jogo de ida não causou repercussão nenhuma no vestiário do São Paulo. E mais: declarou que não faltou fair play ao Corinthians em nenhum momento da partida de volta, neste domingo. Os alvinegros avançaram à final.
- Zero repercussão (no vestiário). Nenhum jogador ficou contra, nenhum jogador comentou nada. Mas assunto de vestiário é tratado no vestiário. Sobre as especulações que são levadas até a mídia, eu respeito, porque vocês estão aqui para extrair o máximo de informações. Mas o Rodrigo Caio está com a consciência tranquila porque fez a coisa certa - declarou o treinador.
O lance em questão aconteceu no primeiro tempo da partida no Morumbi, vencida pelo Corinthians por 2 a 0. Rodrigo Caio avisou ao árbitro que tinha sido ele a pisar no goleiro Renan Ribeiro, e não Jô. Com isso, o cartão amarelo que havia sido mostrado para o atacante corintiano, que estava pendurado, foi anulado. Isso permitiu que ele jogasse a partida de volta e marcasse, impedido, o gol alvinegro no empate por 1 a 1.
- Como é que o jogador que fez o gol ia saber se estava impedido ou não? E você não pode voltar do intervalo e dizer que viu na TV e estava impedido. Isso não é falta de fair play, isso foi um erro de arbitragem que está sujeito a acontecer. O que é do jogo é do jogo, bolas divididas, jogo pegado, campo rápido, mas hoje não vi falta de fair play do Corinthians em nenhum momento - disse Rogério Ceni.
Ainda sobre o lance do Morumbi, o comandante do Tricolor disse que a atitude de Rodrigo Caio não muda em nada o seu caráter. O mesmo vale para Maicon, que disse apoiar o companheiro no dia seguinte, mas deu a entender que agiria diferente ao declarar que prefere "a mãe deles chorando do que a minha".
- Na minha concepção, o Jô dá um tranco no Rodrigo Caio, e o Rodrigo só pisa no Renan por causa do tranco. O árbitro achou passível de amarelo, o Rodrigo discordou do árbitro. Não acho que mude o caráter dele aquele lance. Com o cartão ou sem, ele continua sendo o mesmo jogador para mim. Assim como no dia seguinte tivemos o Maicon dando entrevista, com um contexto bastante razoável, e com a última frase dizendo que antes chorasse a mãe do outro do que a dele. Estamos falando de um cartão amarelo, não tentem tratar isso como uma situação criminal, como um assassinato. Por gentileza, que a declaração dele seja tratada no âmbito que aconteceu. Trataram o depoimento do Maicon como crime hediondo, mas estamos falando de um cartão amarelo - comentou Ceni.
- Aí vão perguntar se escolho a decisão do Maicon ou a do Rodrigo, mas eu respeito a forma como cada um sente. A grande virtude é saber conviver com pessoas de diferentes pensamentos com harmonia. O Rodrigo e o Maicon são extremamente amigos.