Ceni vê evolução, cita números e diz: ‘Time construído para agredir’

Com as estatísticas na ponta da língua, técnico diz que São Paulo foi superior tanto nos jogos contra Cruzeiro quanto nos jogos contra o Corinthians e mostra otimismo

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Antes que o repórter pudesse terminar a primeira pergunta da entrevista coletiva, que era sobre o número de finalizações do São Paulo diante do Corinthians em Itaquera, Rogério Ceni o interrompeu para dizer que foram "12 nossas, 6 deles". A segunda pergunta, sobre o número de bolas alçadas na área pelo Tricolor, também foi interrompida pelo técnico: "quarenta e duas". Foi assim, mais uma vez com as estatísticas na ponta da língua, que o Mito disse que a sua equipe está em evolução, apesar das eliminações na Copa do Brasil e no Paulistão.

- Ganhamos corpo, o time está mais competitivo, mesmo a classificação não vindo. Fico feliz com os jogadores. Trabalharam bem, competiram de igual para igual. Finalizamos o dobro de vezes do adversário, cruzamos o quádruplo de vezes. Ficamos com 10 jogadores (Thiago Mendes foi expulso), mas continuamos com a posse de bola, trabalhamos ao redor da área, mas é reconhecido que o Corinthians se defende muito bem - declarou Ceni.

O São Paulo acabou eliminado das duas competições do primeiro semestre na mesma semana. Após perder por 2 a 0 os jogos de ida para Cruzeiro, pela quarta fase da Copa do Brasil, e Corinthians, pela semi do Paulistão, ambos no Morumbi, o time não foi derrotado nos jogos de volta fora de casa: venceu os mineiros por 2 a 1 e empatou por 1 a 1 com o rival.

- É difícil avaliar quando você é eliminado. Para vocês os números não interessam. São números de posse, finalização, jogadas de linha de fundo, escanteios... Hoje foram 13 escanteios a favor e nenhum contra. É uma coisa impressionante em um jogo fora de casa. Nos dois últimos jogos vencemos o Cruzeiro, que estava invicto, fora de casa, e hoje empatamos com o Corinthians aqui - declarou.

Apesar das derrotas no Morumbi, Ceni acredita que a equipe não está passando por um período de irregularidade. E, mais uma vez, destacou a vocação ofensiva de seu São Paulo.

- Honestamente, acho que o time vem sendo menos irregular nas últimas rodadas. Vocês mesmo destacaram que o time no começo do ano sofria dois gols por jogo e fazia quase três. Hoje baixamos a média de gols feitos, mas diminuímos muito a de gols sofridos. Para você defender mais, tem de abrir mão de algumas peças ofensivas. De positivo, tanto no meu time quanto no nosso trabalho, é que nossa vocação é ofensiva, o time foi construído para ganhar jogos, para agredir, não foi construído para ser defensivo. Foi construído para jogar com, no mínimo, três homens de frente. Falam em três volantes, mas o Cícero tem mais de 100 gols na carreira. Temos um sistema adaptado, é aperfeiçoar esse sistema, mas vejo uma evolução muito grande. Desculpa, sei que a gente pode se apegar ao resultado frio, mas nos números foi um futebol melhor jogado tanto na semi do Paulista quando na quarta fase da Copa do Brasil. Sofremos seis gols nessas fases, três de bola parada, dois em situações irregulares. Mas isso é do jogo, contra o Cruzeiro o Gilberto estava acho que 15, 20 centímetros à frente, não foi isso que decidiu a classificação - completou.

O São Paulo só volta a campo no dia 11 de maio, no duelo de volta contra o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana. O jogo será no Morumbi. Na Argentina, houve empate sem gols.

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