Pouco depois de comandar o São Paulo na vitória por 3 a 1 sobre o Juventude, conquistada na noite desta segunda-feira, no Morumbi, Rogério Ceni exibiu um sentimento de alívio com o triunfo que livrou o time do risco de ser rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Ao mesmo tempo, porém, o técnico deixou o seu futuro em aberto ao evitar projetar sua continuidade no Tricolor para 2022.
O treinador destacou que só aceitou a proposta para assumir o time, na primeira quinzena de outubro, porque tratava-se de um convite de um clube que ele defendeu como jogador na maior parte da sua vida e no qual realiza a segunda passagem na sua atual função - anteriormente, ele dirigiu a equipe durante o período de cerca de seis meses, entre janeiro e julho de 2017.
- Só tenho agradecimentos a fazer às pessoas com que eu trabalhei aqui nestes 50 dias ou eu sei lá quantos dias mais ou menos porque são tantas noites mal dormidas. Isso porque uma coisa é você cair, outra coisa é ser rebaixado no time em que você deixou a sua vida inteira trabalhando nele. Trinta anos. Então é diferente quando você tem vínculo e quando você não tem vínculo. Eu sabia da situação difícil e não imaginei que era tão complicada, mas eu só aceitei vir porque era o São Paulo e porque sentia que era como se fosse a minha casa - ressaltou o comandante, para depois lamentar a atual situação do clube.
- Eu sei que é muito ruim falar isso, mas (ter jogado para se livrar de rebaixamento) não é o lugar que o São Paulo deve pensar, deve estar, deve aceitar ou deve ficar feliz. É um alívio apenas o que foi feito hoje (segunda-feira), mas o São Paulo merece muito mais do que passar um ano como foi esse de 2021. Não tenho planos para 2022. Ainda temos mais três dias aqui ainda, mas 2022 fica para frente - completou o ídolo são-paulino.
Pouco antes disso, Rogério Ceni deixou claro que não poderia recusar a proposta para assumir o São Paulo no final da primeira quinzena de outubro, logo depois da demissão do técnico Hernán Crespo. E ele também destacou que teve uma boa recepção dos torcedores depois de ter realizado uma passagem pelo comando do Flamengo, do qual acabou demitido em julho.
- Sou muito agradecido por ter voltado ao São Paulo, foi o único clube que eu aceitei a voltar porque é parte da minha vida. É muito mais do que a ligação entre clube e torcida. Eu sou muito grato a todo torcedor são-paulino, que sempre me recebeu super bem. A torcida nestes jogos que nós tivemos (a partir de sua chegada para dirigir a equipe) foi exemplar, né? Quarenta mil pessoas praticamente por jogo aqui no estádio - lembrou o treinador.
Antes de definir o seu futuro para o próximo ano, Ceni vai preparar o Tricolor para enfrentar o América-MG, nesta quinta-feira, às 21h30, no estádio Independência, em Belo Horizonte, pela última rodada do Brasileirão.
Com o triunfo desta segunda-feira, a equipe são-paulina ficou na 13ª posição da competição, com 48 pontos, e manteve a sua chance de buscar uma vaga na fase preliminar da Copa Libertadores. E a zona de acesso a esta fase do torneio continental é fechada hoje justamente pelo América-MG, oitavo colocado, com 50 pontos, após empatar por 0 a 0 com o Ceará, em Fortaleza, no domingo.