Rogério Ceni alcançou na última segunda-feira contra o Avaí a quantidade de jogos como treinador de uma de suas inspirações na profissão. Ele chegou a 28 partidas dirigindo o São Paulo, marca atingida pelo colombiano Juan Carlos Osorio em 2015. Os números entre eles são parecidos, mas Ceni leva uma ligeira vantagem, pelo menos no aspecto absoluto, sobre seu tutor, que atualmente dirige a seleção do México.
É sabido que Osorio inspirou o trabalho de Ceni, desde os métodos de treino ao estilo de jogo buscado: ofensivo e vertical, com uma simpatia pelo esquema 3-4-3, embora pouco utilizado por ambos no São Paulo. E chama a atenção a semelhança dos resultados entre eles. Ambos conquistaram 12 vitórias. Ceni, no entanto, perdeu menos: cinco contra nove - 11 empates do ex-goleiro contra sete do colombiano.
O menor número de derrotas dá a ligeira vantagem a Ceni no aproveitamento absoluto (55,9% contra 51,1%), mas o ex-goleiro tem agravante que o fez ser pressionado da mesma forma ou até mais que o colombiano, mesmo sendo o maior ídolo da história do clube. Nos primeiros cinco meses de trabalho, tempo da passagem de Osorio, Ceni coleciona três eliminações de torneios - Osorio deixou o clube em meio às disputas do Brasileiro e da Copa do Brasil, portanto sem quedas.
Os maus resultados sucessivos, apesar de o técnico destacar as atuações do time, geraram críticas. E elas não foram muito bem recebidas por Ceni, que ironizou jornalistas em entrevistas e se apegou a números para defender seu trabalho, além da reconhecida dedicação no dia a dia. O início não tem sido fácil, como também não foi a vida do colombiano em solo brasileiro.
Juan Carlos Osorio foi contratado pelo São Paulo no dia 26 de maio de 2015 - portanto, na próxima sexta-feira fará dois anos. Chegou amparado por trabalho muito bom no Atletico Nacional (COL), atual campeão da Libertadores, e teve início promissor, ganhando pomposos elogios de Ceni, então goleiro do time. Foi uma aposta da diretoria do presidente Carlos Miguel Aidar, mas desavenças com o dirigente que renunciou naquele mesmo ano contribuíram fortemente para sua saída, em outubro, para assumir o México.
Depois da parceria no São Paulo, Ceni e Osorio se reencontraram no ano passado, quando o colombiano convidou o ex-goleiro para um estágio na seleção mexicana. O período acompanhando os treinos serviu de preparação para Ceni iniciar a carreira como técnico. A admiração entre eles é mútua. O início, parecido. Mas Ceni ainda tem muito trabalho pela frente. No próximo sábado, inclusive, o duelo é contra um adversário que foi carrasco dos dois: o Palmeiras. Será o início de uma nova era?