Concentrado, Rodrigo Caio se reergue pela terceira vez no São Paulo

Depois de lesão grave em 2014 e venda frustrada para o Valencia (ESP) em 2015, zagueiro embala de novo e tem crescimento coroado por convocação para a Copa América

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Se Rodrigo Caio foi criado em condomínio, como dizem de forma pejorativa os críticos, a vida de seus colegas de infância não deve ter sido fácil. Afinal, o zagueiro não costuma aceitar as derrotas na vida e no campo e encara os obstáculos com seriedade e persistência invejáveis. E, movido por essa personalidade que se reergue pela terceira vez no São Paulo.

Na quarta-feira, às 21h45, ele será titular contra o Atlético-MG no Morumbi, mas há quase um ano os pensamentos do beque eram outros, muito distantes das quartas de final da Copa Libertadores da América. Rodrigo ainda tenta recuperar o ritmo após romper o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo quando começou a negociar transferência para o Valencia (ESP). As tratativas não deram certo – inclusive por razões políticas do Tricolor – e o zagueiro foi tachado de “bichado” devido a um problema sofrido no joelho direito ainda nas categorias de base são-paulinas.

Tanto a lesão de 2014 quanto a venda frustrada em 2015 foram baques para o camisa 3. E em ambos os casos a concentração do garoto para se reerguer foi exaltada no CT da Barra Funda. Rodrigo venceu os problemas físicos, a concorrência com o ídolo Lugano e as críticas desmedidas de um assessor da presidência, o conselheiro Rodrigo Gaspar.

A terceira reviravolta na carreira do atleta de 22 anos foi coroada na última quinta-feira, com a convocação para disputar a Copa América Centenário da Seleção Brasileira. Acostumado a ser até capitão nos times menores do Brasil, o zagueiro chega à equipe principal respaldado pela versatilidade em campo e por bons números pelo São Paulo no ano. O Tricolor leva poucos gols com Edgardo Bauza e Rodrigo tem desempenho elogiado pelo alto e por cometer poucas faltas – no Campeonato Paulista, por exemplo, terminou sem nenhum cartão amarelo.

O defensor é também um dos líderes do elenco. Mesmo jovem, não se intimida em cobrar os mais velhos, com o respaldo de ser o terceiro atleta com mais jogos no grupo: 175, contra 212 de Ganso e 185 de Lugano. Rodrigo segue crescendo e, com a Seleção, voltar à mira dos europeus é questão de tempo.

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