Após explicar a demissão do técnico Doriva, a diretoria do São Paulo já concentra forças na escolha do substituto. Estuda alguns nomes e vê em Cuca um perfil adequado para tocar o planejamento para 2016. O treinador do Shandong Luneng, da China, é analisado, mas a situação é complicada.
Cuca se encaixa no que o clube pretende para o ano que vem. Em entrevista coletiva, o diretor-executivo Gustavo Oliveira explicou o que o novo treinador precisará ter.
– O que queremos de perfil é que traga uma carga de perspectiva de títulos, que esteja disposto a enfrentar o momento que o clube vem passando de montagem de elenco, diante das restrições financeiras de realidade do mercado – declarou.
Cuca foi campeão da Libertadores em 2013 pelo Atlético-MG e viveu no próprio São Paulo uma experiência bem-sucedida de montagem de elenco, em 2004. O treinador, inclusive, lembra com entusiasmo da época e não fecha as portas.
– Já fizemos esse trabalho (de reestruturação de elenco) em 2004 e foi muito bom – afirmou, ao site “Globoesporte.com”.
Seria o bom e bonito. Mas e o barato? Cuca tem vínculo até o fim do ano que vem na China. Na terça, o empresário do técnico, Eduardo Uram, divulgou uma nota oficial dizendo que o treinador cumprirá o acordo, a não ser “por uma excepcionalidade do futebol”. O comandante recebe cerca de R$ 1 milhão por mês de salário, aspecto que gera receio nos dirigentes do São Paulo para uma possível investida. Eles trabalham com um teto de R$ 300 mil.
A situação, porém, pode mudar muito. Cuca está decidido a trabalhar no Brasil no ano que vem e sabe que, se isso acontecer, precisará reduzir seus vencimentos. A situação do Shandong também pode pesar a favor. O clube pode trocar até o presidente em breve.
"O que queremos de perfil é que traga uma carga de perspectiva de títulos, que esteja disposto a enfrentar o momento que o clube vem passando de montagem de elenco", diz Gustavo Oliveira
Enquanto isso, o São Paulo trabalha com outros nomes, também estuda outras opções, mas a tendência é que não seja estrangeiro, como o colombiano Juan Carlos Osorio, que foi para o México.
– A gente não exclui qualquer possibilidade. Mas, diferentemente de alguns meses atrás, quando se confirmou o Osorio, nosso elenco necessita de um corpo. Treinador estrangeiro tem um tempo certo, um fim certo. Não excluo, mas hoje o cenário é diferente – afirmou Gustavo Oliveira.