Devagar, planejamento do São Paulo começa justamente por Doriva

Técnico diz que diretoria ainda não o chamou para discutir 2016 e vê atraso, mas já há conversas por reforços e pelo futuro do próprio treinador no Morumbi

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O técnico Doriva disse na última sexta-feira que a diretoria ainda não o procurou para tratar do planejamento para 2016 e que o atraso deixa o clube em desvantagem para os rivais Corinthians e Palmeiras, que já iniciaram as conversas. Trata-se de uma meia verdade.

Doriva tem razão quando alerta para o risco de postergar o processo. E os próprios dirigentes admitem que o planejamento está prejudicado pela situação do clube. O novo presidente, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assumiu há menos de um mês com a renúncia de Carlos Miguel Aidar. A diretoria foi nomeada inteira na última quinta-feira. Novo comandante do futebol, o diretor executivo Gustavo Oliveira começou a trabalhar há cerca de duas semanas. O cenário é ruim.

Por outro lado, já há coisas sendo feitas mesmo sem a anuência do treinador. Isso porque nem mesmo sua permanência está definida, embora seu contrato seja até dezembro de 2016 – não tem muita rescisória.

– Não, ainda não sentamos. Estamos focados nos últimos jogos. Com certeza que para sair na frente dos outros, tem que se planejar com antecedência. O mercado é competitivo, para sair na frente dos adversários tem que se planejar antes. Com certeza nossa diretoria está pensando nisso para se planejar e buscar os reforços que interessam – disse Doriva, em entrevista coletiva.

A declaração de Doriva de que ainda não foi chamado para discutir o planejamento vai de encontro ao que sustenta o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro. O dirigente garante que tem trabalhado diante das sugestões do treinador. O ruído é minimizado com o argumento de que as conversas são constantes e há interpretações diferentes sobre o que seria sentar para planejar.

Em meio aos dilemas, a diretoria já discute reforços para o próximo ano, como o zagueiro Lugano e um meia para dividir a responsabilidade com Ganso (veja mais abaixo), enquanto Doriva tenta levar o time à Copa Libertadores. O São Paulo está em quinto no Brasileiro, com 53 pontos, mesma pontuação do quarto colocado Santos.

'O mercado é competitivo, para sair na frente dos adversários tem que se planejar antes'

Uma certeza é que, independentemente de quem for o técnico, a expectativa por reforços de peso é mínima. A crise financeira prevê um orçamento muito reduzido para o futebol. Até a possível vinda de Lugano dependerá deste aspecto.

Doriva foi contratado por Aidar para substituir Juan Carlos Osorio, que aceitou proposta da seleção do México. Ele vive expectativa para seguir no comando.

Leco tem menos de um mês no poder (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)

O QUE COMEÇOU NO PLANEJAMENTO:
Lugano

Departamento de futebol segue pesando os prós e contras do retorno do uruguaio de 35 anos. A idade e as recentes lesões preocupam, mas o espírito de liderança pesa a favor do zagueiro. O ídolo já disse estar disposto a voltar e que a decisão depende apenas dos dirigentes são-paulinos.

Sombra de Ganso
A ideia é tirar o peso que pode cair sobre o meia com as iminentes saídas de Rogério Ceni, Luis Fabiano e Alexandre Pato. Além de carregar o fardo de ser a única estrela do elenco, o Maestro seguiria sem um concorrente ou companheiro na armação das jogadas. O nome do novo armador ainda não foi definido, enquanto a comissão técnica o argentino Ricardo Centurión para atuar mais centralizado.

Emprestados
A lista de atletas emprestados pelo São Paulo e que podem servir de moeda de troca em negociações é extensa, mas peca em qualidade. A grande esperança é conseguir envolver o volante Maicon em alguma tratativa. O Grêmio, que fica com o jogador até dezembro, é um dos interessados a pagar R$ 9 milhões.

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