Os torcedores do Atlético Nacional (COL) vivem mergulhados em uma ambiguidade de sentimentos incrível. Ela começa no orgulho em vestir e carregar camisetas da equipe por toda parte e termina no momento em que descobrem que aqueles seres estranhos que caminham em grupo e cheios de mochilas são jornalistas brasileiros atrás do São Paulo.
Um deles, quando o cinegrafista Caju, da Rede Globo, entrava na aeronave que nos levaria de Bogotá a Medellín, soltou um "É 'nóis', Brasil. É 'nóis, mas eu sou Atlético Nacional". E reações semelhantes aconteceram nos táxis e no hotel reservado para a reportagem do LANCE!. Mas para quem anseia há 27 anos por um título da Copa Libertadores da América é melhor ter cautela.
Tanto é que, em seguida das brincadeiras, sempre aparecem as mesmas questões: "O que acharam do jogo no Morumbi?", "O que pensam do time do Nacional?" e por aí vai. Para concluir os diálogos, o golpe fatal para dispensar o favoritismo: "Ah, mas no futebol tudo pode acontecer, não se pode duvidar de nada". Espera-se um jogo duríssimo na quarta-feira.
Creio ter cruzado com ao menos dez torcedores com itens relacionados ao Atlético Nacional entre a sala de embarque do aeroporto de Guarulhos até a chegada ao Hotel Vivre, a 1,5 quilômetro do Estádio Atanasio Girardot. A equipe é a mais popular de toda Colômbia e, no último domingo por exemplo, levou 28 mil pessoas para ver vitória dos reservas por 2 a 1 sobre o Jaguares.
Há lojas oficiais espalhadas por toda cidade de Medellín e até unidades em outros municípios. Entre o estádio e o Hotel Vivre, há a Calle 42, repleta de bares, restaurantes e baladas, normalmente o ponto de concentração e comemoração dos "hinchas" do Nacional. Na quarta-feira, a promessa é que a rua esteja tomada de verde e branco, como boa parte do país já está.