O técnico Fernando Diniz fez questão de defender o goleiro Tiago Volpi - personagem determinante para o empate, em 2 a 2, com o Santos na noite deste sábado. Após o duelo na Vila Belmiro, o comandante do São Paulo ressaltou as características do jogador, um dos líderes do elenco, e lamentou as análises superficiais em cima do rendimento de seus atletas.
- A alternativa foi a que ele teve para fazer. As pessoas devem estar questionando o Volpi, mas temos um dos melhores goleiros de todo o Brasil. Hoje, ele falhou, mas não podemos focar na falha. O Volpi é uma das lideranças do time, um dos caras que mais trabalham. Tenho certeza que ele vai nos proteger, que é o que ele faz de melhor - afirmou o treinador ao ser questionado sobre o segundo gol do Santos, uma falha de Volpi, que custou a vitória ao Tricolor.
Diniz demonstrou satisfação com o que sua equipe criou dentro de campo no clássico e, assim como já aconteceu em outras oportunidades, voltou a reafirmar a necessidade de tempo para que o trabalho desenvolvido no São Paulo desde o fim do ano passado dê frutos ao torcedores. Um pouco irritado, o treinador saiu em defesa de Gabriel Sara e sobrou até para Cássio, goleiro do rival Corinthians.
- As pessoas não gostam muito do futebol, elas gostam de quem ganha. Você só pode ganhar se jogar bem. É assim em tudo na vida. A pergunta já coloca um pouco de pressão e não tem necessidade. Aqui, todo mundo vai trabalhar no limite para entregar vitórias ao torcedor do São Paulo. Na minha modesta opinião, tínhamos que falar do que o São Paulo criou essa noite. É igual o Gabriel Sara. Todo mundo queria massacrar o moleque. Não estou elogiando porque ele fez os dois gols hoje, estou aqui porque ele é bom. Isso (relação entre mídia e futebol) é um moedor de gente. Isso é normal, é super previsível. Hoje, vão falar do Tiago Volpi. Não vão falhar da defesa dele, vão falar da falha. O mesmo com o Cássio quando falhou lá no Morumbi - opinou.
O empate no clássico com o Santos deixou o São Paulo na vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com 18 pontos ganhos em 30 disputados. O Tricolor está a dois pontos de diferença do líder Internacional, mas a distância para os colorados pode aumentar dependendo da rodada de domingo.
Confira outros trechos da entrevista de Fernando Diniz:
Sobre oscilação da equipe e manutenção do sistema de jogo
O sistema coletivo não é separado do indivíduo. Não dá para responder de uma forma muito simples. Conforme vamos jogando, vamos amadurecendo. A questão é que nosso time é jogo e temos que amadurecer logo, ainda mais aqui no Brasil. Esse é um dos fatores que causam oscilação. Esse ano, a equipe está jogando com jogadores mais jovens e alguns estão se descobrindo em outras posições, como o Léo Pelé. Conforme vamos jogando, vamos fazendo aquilo que precisa ser feito. Vamos testando o nosso próprio modelo. É tudo um processo e ninguém tem a garantia de que dará certo ou errado, mas eu acredito muito no trabalho e nos nossos jovens jogadores de Cotia.
Paralisação por falta de energia
O Hernanes tirou a braçadeira e ficou com ela na mão porque devia estar incomodando. Ele não sabia quem ia sair. Na parada, pude conversar com ele e entendi que ele poderia continuar mais. Achei que ele estava fazendo um grande jogo. Por isso que eu não mexi. Estávamos bem, caímos e com a parada achei que poderíamos voltar. A parada beneficiou o São Paulo, só que na sequência teve o gol do Santos em bola parada.
Expectativa para o jogo contra o River Plate
Não consigo muito fazer uma análise. O River pode fazer um grande jogo. As equipes oscilam. O que temos de esperar do River é um time super competitivo, com um ótimo treinador e temos que dar o nosso máximo para conseguir um bom resultado. Temos que procurar fazer o melhor jogo que pudermos.
Evolução de Vitor Bueno no São Paulo
O Vitor, de fato, está melhorando. Depois que voltou da pandemia, voltou bem. Teve um problema no adutor e ele está suportando mais os jogos. Tem uma qualidade gigantesca e pode nos ajudar muito.
Sobre a ausência do atacante Luciano no jogo contra o River Plate
Espero que ele não faça falta. Quem entrar, ainda não sabemos quem jogará, temos que acreditar que vai suprir a falta do Luciano. Temos que pensar assim. Mexemos no time de uma maneira sistemática de um tempo para cá. Quero acreditar que aqueles que vão enfrentar possam fazer uma grande partida e nos ajudar na quinta-feira.