Uma entrevista do diretor financeiro Adilson Martins à Rádio Globo na semana passada fez com que a torcida do São Paulo criasse expectativa alta sobre a chegada de mais reforços. O cartola citou orçamento de R$ 17,5 milhões para contratações em 2017, mas, de acordo com o diretor de futebol José Jacobson Neto, o valor ainda não está disponível. E o Tricolor só voltará a agir no mercado em caso de negócios de oportunidade.
- O orçamento é uma peça de ficção, que deve ser seguida à risca. Esse dinheiro é para 12 meses. Isso não existe. Esse valor ainda não está disponível. E não vamos contratar muitos, mas de forma pontual. Tem sido assim com o Rogério Ceni, com jogadores requisitados por ele. E se tiverem mais um ou dois que venham, ok, mas por enquanto estamos com o quadro fechado - disse Jacobson, também à Rádio Globo.
Uma das oportunidades observadas pela diretoria é a de Christian Colmán. O atacante do Nacional (PAR) esteve muito perto de ser contratado em dezembro, mas recuo do clube paraguaio, que passou a oferecê-lo na Europa, inflacionou o negócio e fez o São Paulo desanimar. A situação segue monitorada, já que encontrar um centroavante para atender desejo de Ceni é prioridade.
- Neste momento, está descartado. Estava praticamente certo, mas um grupo está oferecendo para a Europa e aí fica difícil acompanhar. Só o Palmeiras não, mas a maioria aqui está com dificuldade de caixa. Não há competição com o exterior. Se voltar ao status inicial, com Colmán e Nacional, voltaremos à carga. Um 9 é muito importante para nós - contou.
Confira outros trechos da entrevista de José Jacobson Neto:
CARLINHOS E YTALO FORA DOS PLANOS E SAÍDA DE MICHEL BASTOS
Carlinhos, Ytalo e mais dois ou três não é porque não perfomaram, mas o ideal é que se recoloquem e estamos fazendo de tudo para ajudá-los. O Palmeiras que contratou, o Palmeiras responde. Encerrou nossa jornada aqui e espero que tenha sucesso. É um bom jogador, mas que alternou muitos momentos aqui. Ele é quem vai dizer se será bom.
CHEGADA DE CENI E PEDIDO POR TROCA DE NEILTON POR HUDSON
Ele chegou com muita força, conhecimento e está muito bem preparado. Acertamos em trazer o Rogério, um jovem. Todo mundo fala que ele deveria se preparar mais, mas a gente já o vê nesse patamar. Sobre o Hudson foi uma oportunidade. Sempre quisemos o Neílton e quem pediu o Hudson foi o Mano, então foi para todos. Quando é assim, as coisas caminham de forma legal. O Rogério está preparado, veio com o (auxiliar Michael) Beale e o Charles (Hembert, chefe de logística), dois profissionais bons que trabalharão com nosso Pintado, uma comissão técnica de primeiro time.
PERFIL DO ELENCO E FALTA DE COMPROMISSO
O que acontece é que quando o time não engrena, tudo contribui para críticas. Não fizemos um Brasileirão terrível, perdemos jogos que merecíamos ganhar, mas futebol é resultado. Fizemos um 4 a 0 no Corinthians, mas foi muito tarde, deveria ter começado antes. Não foi falta de empenho. Mas agora esperamos uma nova postura com o novo treinador, com as peças pontuais. A tendência é que o elenco entenda melhor o que o Rogério espera. Com certeza colheremos melhores resultados, brigando com muita garra e determinação.
PACIÊNCIA COM ROGÉRIO CENI
Não tenha dúvida que teremos paciência. O futebol é resultado, mas não pode ser imediatista. Não podemos pensar que só pela chegada dele ganharemos uma série de jogos. Ele já conhece o elenco, os garotos da base, se aprofundou nisso, então a tendência é mesclar. Temos alguns experientes, como Maicon, Rodrigo Caio, Cícero, que têm um bom padrão e com a menina de Cotia podem nos dar bons resultados. A torcida pode esperar isso, pode comparecer ao estádio empurrar o time que daremos a resposta.