Dorival Júnior quase não lamentou o empate por 1 a 1 diante do Grêmio, nesta segunda-feira, com mais de 51 mil torcedores no Morumbi. O São Paulo sairia da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro se vencesse e foi completamente dominado no primeiro tempo, mas o técnico saiu do estádio satisfeito pela entrega do time.
- Seria fundamental vencermos, mas pelo que foi o jogo vimos uma entrega muito grande. Se existem falhas na marcação, por outro lado abrimos mão da tática e jogamos com vida e coração. O principal é o resgate da confiança e dessa entrega. Quando o atleta dá a vida, traz o torcedor, e a torcida está de parabéns por carregar o time nas mãos. Seria mais do que obrigação fazermos o que fizemos. Se não com organização, mas com entrega. Emocionalmente, esse empate terá um peso muito grande. Isso é mais importante do que a vitória, que tanto desejamos.
Dorival Júnior fez questão de ressaltar o Grêmio, que controlou a partida no primeiro tempo, para ressaltar a evolução são-paulina na volta do intervalo. O técnico abriu mão de Jucilei para encaixar a marcação com Cícero e exaltou a luta de Lucas Fernandes, autor do gol. Ele diz que agora não é hora, mas que seu time ainda atuará como a equipe de Renato Gaúcho.
- Enfrentamos uma da melhores equipes, com futebol clássico, bonito, difícil de marcar. Sonho de todo treinador é uma equipe agressiva. O exemplo do futebol brasileiro é o Grêmio. O São Paulo busca identidade, tivemos um esforço acima do normal para buscarmos o resultado. Mas o São Paulo ainda vai jogar como o Grêmio - apostou, sem trazer a pressão da zona de rebaixamento para dentro do elenco.
- A nossa realidade é pontuar a cada rodada. Se vamos ficar mais uma, duas ou três rodadas na zona de rebaixamento, mas pontuando, não vejo problema. Problema seria não pontuar, como vinha acontecendo - indicou.
Análise do jogo
No primeiro tempo, não tivemos posse e jogamos de uma forma que facilitava a troca de passes do Grêmio. No segundo tempo, tivemos outra iniciativa, pressionamos a saída de bola, retomamos com trabalho por trás, alongando o adversário e criando por dentro. Diferente do que vimos no primeiro tempo. Enfrentamos uma da melhores equipes, com futebol clássico, bonito, difícil de marcar. O São Paulo busca identidade, tivemos um esforço acima do normal para buscarmos o resultado.
Renan Ribeiro
Sempre tive muita confiança no Renan. Fez uma grande partida. Em momentos decisivos, quando aparecem o trabalho dos zagueiros e do goleiro, é importante. É uma confiança voltando desde antes da minha chegada e é fundamental para o amadurecimento do Renan. É relativo se vou buscar outro goleiro. Nunca vou citar nomes ou carências em posições, procuro valorizar quem está aqui e que busque seu espaço. Isso faz a equipe se tornar mais competitiva e confiante. Queremos que readquiram confiança.
Troca para enfrentar o Botafogo
Se não mantiver grupo, não consegue ver o que corrigir ou manter. Se eu mudar a todo momento, vão dizer que estou perdido. Procuro dar sequência e condição para que sejam corrigidas situações que estão sendo pontuadas e levam um tempo para ser minimizadas. Poucas mexidas, porém, um ou outro, com relação a posicionamento.
Legado do jogo
Seria fundamental vencermos, mas, pelo que foi o jogo, vimos uma entrega muito grande. Se existem falham na marcação, para encaixar rapidamente, pelo outro lado, a maneira que enfrentamos uma equipe tão qualificada. Você tem que abrir mão da parte tática, posicionamento e jogar com vida e coração, como nos entregamos para buscar o resultado. O principal é o resgate da confiança e dessa entrega. Quem busca isso é só o atleta. Quando se entrega, dá a vida, acontece isso, trazendo torcedor para o nosso lado. A torcida está de parabéns pelo exemplo, carregando o time nas mãos, levando junto para a recuperação. Seria mais do que obrigação fazermos o que fizemos. Se não com organização, mas com a entrega que houve. É mais um detalhe importante na recuperação da equipe. Queríamos a vitória, mas, emocionalmente, esse empate terá um peso muito grande. Isso é mais importante do que a vitória, que tanto desejamos.
Reforços
Ainda não tenho resultados dos testes realizados com Hernanes e Marcos Guilherme. Com Aderllan e Maicosuel, ainda é muito cedo, vêm de uma nova pré-temporada.
Grêmio
Sonho de todo treinador é uma equipe agressiva. O exemplo do futebol brasileiro é o Grêmio, o Santos de uns meses atrás e de 2010 e de algumas outras equipes que jogavam futebol, acima de tudo, agressivo, mas com posse de bola. Isso quebra e muito o sentido de marcação de qualquer equipe. Jogadores com mobilidade e confiança tal que jogadas saem com naturalidade. Uma hora, o São Paulo vai jogar assim, com certeza.
Lucas Fernandes
Lucas vem conquistando espaço que é dele e, aos poucos, vai preencher para ser uma das grandes surpresas da competição. Vamos prepará-lo. Jogou em cima de lesão, logo na primeira falta, mas foi guerreiro e se manteve em campo. O torcedor contribuiu. Mesmo machucado, o jogador ficou em campo e fez o gol mesmo com problema muscular. É um ganho mais importante do que uma vitória. Ele teve lesão na primeira batida dele.
Pretensões nas próximas rodadas
A nossa realidade é pontuar a cada rodada. Se vamos ficar mais uma, duas ou três rodadas na zona de rebaixamento, mas pontuando, não vejo problema. Problema seria não pontuar, como vinha acontecendo. Ainda existe oscilação, a equipe ainda não entrou na fase de ganho técnico, mas, no momento que adquirir confiança maior, vai adquirir crescimento rápido. Se adquirir esse espírito, estaremos muito próximos de uma melhora.
Hernanes
Hernanes já vinha desenvolvendo uma função mais ofensiva na Lazio e veio em crescente, talvez abdicado de funções mais defensivas no meio-campo. Podemos trabalhar com dois meias, com um ou outro, vamos deixar trabalhar para analisar.
Substituição de Jucilei
Troca com Jucilei foi apenas tática, tentei mudar o meio-campo, preenchendo mais, aproximando do Grêmio, abri mão de volante mais fixo, segurando Petros e liberando meias para encostassem na frente. Jucilei tem condições de atuar na próxima rodada.