Em meio ao trabalho para tirar o São Paulo da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, Dorival Júnior tenta lidar com o caso de jogadores colocados fora dos planos do clube. O episódio mais recente é o afastamento de Cícero, que treina separado do elenco desde quarta-feira com a concordância do técnico, que divide a decisão com a diretoria.
- Isso tudo foi conversado com Cícero e internamente. Se tive 1% ou 99% de participação, não importa. Foi uma colocação feita anteriormente à minha chegada, vinha sendo conversada e, a partir do momento que se tomou a decisão, na semana passada, é 50% do comando técnico e 50% da diretoria. Foi uma conversa interna, uma posição tomada. A partir daí, com todo respeito que ele merece, vida segue e damos condição ao Cícero de continuar sua carreira - disse Dorival, sem dar detalhes.
O seu posicionamento é uma resposta ao que disse o presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, que atribuiu a decisão para Dorival. A diretoria, porém, já tinha até informado os representantes de Cícero há duas semanas de que já poderiam procurar um novo clube para o jogador.
Contratado a pedido de Rogério Ceni, Cícero, de 32 anos, tem contrato até dezembro de 2018 e parte de seus salários é paga pelo Fluminense, seu ex-clube. O meio-campista não pode mais atuar por outra equipe da Série A porque já acumula dez jogos pelo Tricolor e a decisão de afastá-la passa por seu comportamento, considerado prejudicial ao elenco pelos dirigentes.
Cícero nega qualquer problema e é tratado como amigo por alguns jogadores. Mas a sua situação é bem diferente da de Wesley, que negocia sua rescisão com o clube há quase um mês e, mesmo sem ser aproveitado e já comunicado de que não faz mais parte dos planos da equipe, tem treinado normalmente com o elenco. Mas por pouco tempo, segundo Dorival Júnior.
- O Wesley está resolvendo situação com a diretoria. Acredito que não demore. A diretoria vem conversando com representante dele, uma situação definida antes da minha chegada, além do Cícero, que foi tomada decisão na semana que passou - falou o treinador, preferindo não especificar a diferença entre os dois casos.
Wesley tem contrato com o São Paulo até dezembro de 2018 e está livre para atuar por outro time da Série A, pois atuou em só três rodadas do Brasileiro. O volante de 30 anos não é relacionado desde o jogo contra a Chapecoense, em 16 de julho, e o que tem dificultado sua rescisão são seus altos salários. Mas equipes do Brasil e do exterior já o procuraram.