São Paulo encontra identidade, mas aprende: deve se concentrar até o fim

Tricolor soube controlar a partida e teve mais chances reais de gol do que o Corinthians em Itaquera, mas bastou um descuido nos acréscimos para perder a vaga na final do Paulista

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Depois de perder mais um clássico e sofrer outra eliminação em Campeonato Paulista, parece absurdo, mas a derrota por 1 a 0 para o Corinthians, nessa quarta-feira, em Itaquera, seguida de queda nos pênaltis, tem um lado positivo e promissor para o São Paulo: o time encontrou uma identidade, com organização tática e postura aguerrida. Só precisa aprender que, em decisão, não é permitido se desconcentrar em nenhum momento.

Aos 47 minutos do segundo tempo, Rodriguinho aproveitou uma rara falha da defesa tricolor para fazer o gol. Militão, que tanto se mexeu e se esforçou ao longo da partida, não subiu, e Bruno Alves, atrás do jogador corintiano, já não devia ter mais fôlego para se adiantar a tempo de cortar a cobrança de Clayson. Um time que mostrou tanto empenho, tático e físico, para garantir o empate teve de definir a vaga na final nos pênaltis, e não conseguiu.


Tivesse mantido a concentração que teve durante todo o Majestoso, incluindo na organização para não deixar o Corinthians finalizar com perigo durante quase todo o segundo tempo, o São Paulo estaria na decisão graças a um controle quase absoluto do clássico. E não só defensivamente, já que teve mais oportunidades claras de gol do que os donos da casa.

A estratégia que por pouco não foi bem-sucedida começou com uma ousadia. Diego Aguirre ainda não tinha disputado um Majestoso em Itaquera, mas sabia que a chave dos frequentes sucessos alvinegros diante do Tricolor no estádio passava por uma pressão avassaladora nos primeiros minutos. O técnico, então, mandou sua equipe ocupar o campo adversário na metade inicial do primeiro tempo para não deixar o rival avançar. Deu certo.

Com o espírito que já tinha mostrado na ida, no Morumbi, para vencer por 1 a 0, o São Paulo brigava por cada bola e não deixava o Corinthians respirar, ainda quase marcando com Nenê, arriscando gol olímpico ao bater escanteio. Na metade final do primeiro tempo, houve ajuste tático para marcar do meio-campo para trás, bloqueando as laterais e sendo eficiente com a bola, tanto que só não abriu o placar porque Tréllez e Militão pararam em Cássio.

O Tricolor tinha Jucilei quase como um zagueiro, Militão e Reinaldo bloqueando as jogadas pelos lados, apenas com o lateral-esquerdo cometendo alguns equívocos, e Liziero oferecia uma saída de bola com categoria. Nenê também levava perigo com a bola no pé, e a estratégia se repetiu no segundo tempo, quando o veterano camisa 7 chegou a acertar a trave chutando de longe.

Na parte final do segundo tempo, o São Paulo, cansado, adotou um ferrolho claramente bem treinado. Ficavam cinco na linha da grande área, três na intermediária e Diego Souza no círculo central, todos se mexendo para forçar o Corinthians a insistir em cruzamentos. Era um prato cheio para Arboleda se destacar, tirando todas.

Para azar do Tricolor, não era o equatoriano que estava na bola que foi à cabeça de Rodriguinho e às redes de Sidão. Mas o São Paulo de Aguirre já tem a raça que o uruguaio define como fundamental. E apresenta uma organização tática, com empenho dos jogadores para exercê-la, que serve para o torcedor ter otimismo depois de mais uma frustração.

Confira como o São Paulo se posicionou no início do Majestoso em Itaquera:

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