O São Paulo segue seu planejamento na montagem do elenco para o próximo ano, cuja prioridade é manter os jogadores do grupo atual. E neste processo, uma fala recente do diretor de futebol Carlos Belmonte chamou a atenção: o dirigente afirmou que o Tricolor não vende mais jogadores por necessidade financeira, o que facilitaria a permanência de alguns atletas, especialmente os mais jovens, para a próxima temporada.
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Como o valor exato da dívida do clube não é conhecido- segundo o presidente Julio Casares, está na casa dos R$ 700 milhões - é impossível afirmar que essa postura da direção passa por uma melhor saúde financeira do São Paulo. Isso não significa, entretanto, que o Tricolor depende de vendas para aliviar a situação do seu caixa.
O primeiro motivo está na premiação que o clube conquistou com o título da Copa do Brasil, de mais de R$ 88 milhões. Apenas na final, o Tricolor embolsou R$ 70 milhões, o equivalente a 10% de sua dívida - com base no valor citado por Casares. Vale lembrar que o Sâo Paulo tem sofrido para manter o fluxo de caixa e recorrido a empréstimos bancários para solucionar este problema. Neste cenário, a bolada conquistada no torneio matra-mata traria um alívio para os cofres do clube.
O segundo motivo, no entanto, tem relação com o retorno esportivo obtido pelo clube nos últimos anos. Desde que a atual gestão assumiu o clube, o São Paulo disputou quatro finais de campeonatos com dois títulos conquistados: Paulistão de 2021 (campeão) e 2022, Copa Sul-Americana de 2022 e Copa do Brasil de 2023 (campeão).
O reflexo do sucesso da equipe nestas competições é o aumento do valor de mercado de alguns jogadores, especialmente os mais jovens. Rodrigo Nestor, herói do título diante do Flamengo, é o principal exemplo disso: quando estreou entre os profissionais, no ano de 2020, o jogador tinha valor de mercado estimado em 350 mil euros, segundo o site 'Transfermarkt'; atualmente, o meio-campista é avaliado em 7 milhões de euros.
Vale lembrar, no entanto, que a última atualização nos valores do 'Tranfermarkt' foram feitas em julho deste ano, e uma possível valorização pelo título da Copa do Brasil ainda não é considerada.
Ainda assim, em outras palavras, a direção do São Paulo entende que segurar jogadores por um pouco mais de tempo pode resultar em uma boa valorização, e por consequência um retorno maior pela venda.
Negociações passadas também servem de exemplo para essa leitura da direção do clube. Belmonte citou transferência de Gabriel Sara, rumo ao Norwich CIty (Inglaterra), como uma venda realizada abaixo do valor de mercado por necessidade.
- Um dos exemplos é Gabriel Sara, vendemos por 9 milhões de libras. É um bom valor, mas ele vale muito mais que isso, e vai valer mais. Ele vai ter muito sucesso na Premier League. Naquele momento, éramos obrigados a vender.
De acordo com o próprio 'Transfermarkt', Gabriel Sara era avaliado em 6,5 milhões de euros quando foi negociado pelo São Paulo. Atualmente, o jogador tem valor de mercado na casa dos 12 milhões de euros.
Vale lembrar que, embora o desejo do clube seja pela permanência dos principais atletas do elenco atual, tanto Belmonte quanto Casares deixaram claro que não descartam vendas, e propostas consideradas irrecusáveis serão avaliadas pela direção.