Falta de pontaria atormenta Tricolor desde a Libertadores do ano passado

Nas oitavas de final contra o Cruzeiro, Tricolor perdeu chances incríveis no Morumbi e acabou eliminado na volta; Contra o Cesar Vallejo (PER), só Calleri conseguiu marcar<br>

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Primeiro Alan Kardec, com a cabeçada que até cruzou a linha do gol após bater no travessão, mas não flagrada pela arbitragem. Depois, Paulo Henrique Ganso, com chute por cima de Salomón Libman que também foi parar no travessão. Vieram ainda Centurión, Thiago Mendes, Michel Bastos, Hudson e Mena, nenhum com sucesso para balançar as redes do Cesar Vallejo (PER). A falta de pontaria voltou a assombrar o São Paulo na noite da última quarta-feira, no jogo de ida da fase preliminar da Copa Libertadores da América.

O Tricolor criou oportunidades claríssimas na partida disputada no estádio Mansiche. A zaga peruana, lenta como alertavam os jornalistas locais, parecia apenas assistir às tabelas e infiltrações dos paulistas. Mas só aos 20 minutos do segundo tempo, com lançamento preciso de Ganso, é que o time de Edgardo Bauza venceu Libman com toque por cobertura do estreante Jonathan Calleri. Roteiros como esse de Trujillo têm se repetido com frequência no caminho são-paulino, mas nem sempre os finais são felizes como o protagonizado por Jony.

Na Libertadores do ano passado, os tricolores chegaram com moral nas oitavas de final após reação improvável na fase de grupos. O adversário era o Cruzeiro e o Morumbi com mais de 66 mil torcedores passou quase toda a partida levando as mãos à cabeça e lamentando as chances perdidas. Alexandre Pato, Souza, Ganso e Centurión foram parados pelo goleiro Fabio, que só não conseguiu salvar a Raposa em cabeçada do argentino já aos 37 minutos da etapa final. A falta de precisão nas finalizações, na época, irritou Rogério Ceni, que se despediria do torneio na semana seguinte após revés nos pênaltis.

O problema para concluir as jogadas em gol se intensificou durante a passagem de Juan Carlos Osorio pelo clube. O colombiano prezava por um estilo ofensivo e, na maioria das vezes, conseguia sufocar os adversários com seguidas chances criadas. Em suas teorias, o Lorde acreditava que era preciso marcar um gol a cada, no máximo, quatro oportunidades, e se irritava com a dificuldade que o São Paulo tinha para colocar isso em prática. E foi assim que o Tricolor sofreu na derrota para o Atlético-MG por 3 a 1 no Mineirão e no empate em 1 a 1 com o Palmeiras no Morumbi.

Para eliminar o Cesar Vallejo e entrar no Grupo 1 da Libertadores deste ano, a equipe de Bauza pode até empatar sem gols no Pacaembu, às 21h45 da próxima quarta-feira. Embora haja margem para erros na capital paulista, Patón não se ilude e diz que o problema do time na frente dos goleiros é estritamente técnico. Serão, então, cinco dias disponíveis para ajustar a pontaria em treinos no CT da Barra Funda e no jogo contra o Água Santa, pelo Campeonato Paulista, para enterrar no passado a sina dos gols perdidos.

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