Se dentro de campo o São Paulo deixou a desejar e flertou com um inédito rebaixamento, no aspecto financeiro o clube colheu bons frutos. A expectativa era de que o Tricolor fechasse a temporada com um déficit de R$7,5 milhões, mas o clube se superou e registrou um superávit de, aproximadamente, R$ 18 milhões. Para o ano que vem, a proposta é manter o ritmo e fechar a temporada novamente no azul. Para isto, no entanto, o São Paulo precisará arrecadar algo em torno de R$ 90 milhões com venda de jogadores.
No início desta semana, em reunião do Conselho Deliberativo, o departamento financeiro apresentou a previsão orçamentária para 2018 e o projeto foi aprovado. Para manter um elenco forte e brigar por títulos, o São Paulo pretende usar metade de toda a quantia arrecadada com a venda de atletas para a compra de reforços. Na prática, isto significa que se o Tricolor vender R$ 90 milhões, vai ter R$ 45 milhões para reinvestir em novos jogadores.
Outra parte desta quantia, 37,5% do dinheiro, será usada para a quitação das dívidas do clube com instituições financeiras e demais credores. O restante (12,5%) será destinado para outras despesas do Tricolor. Como a maioria das transações no mundo do futebol são parceladas, o São Paulo definiu como meta receber de 60% a 65% do valor total já no primeiro ano da venda. O objetivo do departamento financeiro é zerar em, no máximo, dois anos as dívidas com os bancos, que giram em torno de R$ 80 milhões.
Os conselheiros também debateram o orçamento para o departamento de futebol, incluindo os valores investidos no CT de Cotia – na casa dos R$ 24 milhões anuais -, verbas de marketing, taxas de arbitragem, taxas cobradas pelas federações, impostos e mais uma série de outras despesas. Ao todo, o Tricolor deve gastar R$ 267 milhões com o futebol em 2018. Vale lembrar que a folha salarial do futebol profissional do São Paulo gira em torno de R$ 10 e R$ 11 milhões, mas o valor pode ser reduzido conforme necessidade.
Debatidos todos os pontos, o clube do Morumbi se espelha em 2017 para fechar o ano de 2018 com um superávit de R$ 13 milhões. Uma série de fatores, como propostas por jogadores que se destacarem e a necessidade de contratações pontuais solicitadas pela comissão técnica, podem aparecer ao longo da temporada e alterar o resultado financeiro ao fim do ano.