Sofrendo com intensas críticas e ofensas da torcida, Wesley reencontrará Dorival Júnior, técnico com o qual viveu sua melhor fase na carreira, no Santos de 2010. Mas o cenário é bem parecido com o que o volante encarava quando o treinador chegou ao Palmeiras, em 2014. E, há três anos, só houve frustração pessoal.
A relação dos são-paulinos com o meio-campista ficou clara no último dia 24 de junho, quando o jogador completou 30 anos de idade. O clube publicou em suas redes sociais uma mensagem parabenizando o camisa 11 e quase todas as respostas no perfil do Tricolor foram de xingamentos.
Em setembro de 2014, quando Dorival Júnior chegou ao Palmeiras na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o cenário era bem similar. Já se desconfiava que Wesley estava acertado para defender o São Paulo no ano seguinte e a diretoria, inclusive, pediu ao técnico para afastá-lo. Mas ele optou por acreditar no volante e comprou uma briga pública pelo comandado.
- O Brasil é o país da fofoca. As informações são jogadas e ninguém se responsabiliza. Conheço bem o Wesley e sei que nada disso é verdade. Ele prioriza a renovação com o Palmeiras. Não vejo nenhuma condição que comprometa o profissional. Se ele falou, eu acredito. Acredito no ser humano, ainda mais nele, que conheço faz tempo. Uma palavra basta para sustentar a situação - declarou o treinador na época.
Dorival realmente acreditou em Wesley até o limite. Escalou-o como titular na última rodada do Brasileiro, contra o Atlético-PR, quando o Palmeiras precisava vencer para não cair. Cansou de ver a atitude pouco produtiva dele em campo e o sacou durante aquele empate por 1 a 1, motivando uma das maiores vaias da história do Allianz Parque.
Ficou comprovado que o jogador estava mesmo acertado com o São Paulo e ele treinou separado no Palmeiras em 2015 até que seu contrato acabasse, para ele, enfim, atuar no Tricolor. Mas pouco agradou. De lá para cá, foram 82 partidas, dois gols e desempenho que faz a torcida apontá-lo como foco de irritação enquanto ele sofre com lesões em meio à má fase do time.
Recentemente, seu nome foi comentado no Sport, mas as negociações não evoluíram e Rogério Ceni escalou-o como titular em sua última partida como técnico do clube, na derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no Rio de Janeiro, no domingo.
Agora, a esperança de Wesley é que, em seu terceiro trabalho com Dorival, atue como no Santos de 2010. Atacante de origem, ele encontrou seu melhor desempenho como volante e até na lateral daquele time que tinha Neymar, Ganso e Robinho e conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil daquela temporada.
Há sete anos, o Werder Bremen pagou a multa de 10 milhões de euros (R$ 22,35 milhões na época) para contratá-lo, e o vendeu por R$ 21 milhões ao Palmeiras no começo de 2012. Foi de graça para o São Paulo há dois anos e meio com um salário maior. A expectativa é de que, agora, Wesley não frustre Dorival e mostre o futebol que fez o Tricolor acertar vínculo com ele até dezembro de 2018.