O São Paulo decidiu retirar o zagueiro Iago Maidana do elenco profissional. Pivô de uma das polêmicas responsáveis pela renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar, o beque de 19 anos chegou há quase dois meses ao Tricolor e nunca foi relacionado para partidas no grupo principal. Agora, integrará a preparação do time sub-20 para o Campeonato Brasileiro da categoria, em dezembro, e para a Copa São Paulo de Juniores, em janeiro do próximo ano.
Inicialmente, Maidana já seria contratado para a equipe sub-20, mas apareceu no CT da Barra Funda a pedido da antiga diretoria e a contragosto do então técnico Juan Carlos Osorio. Em meados de setembro, os tricolores aceitaram pagar R$ 2 milhões pelo atleta, que pertencia ao Monte Cristo (GO) em parceria com a empresa Itaquerão Soccer. Desse valor, metade foi paga à vista e o restante seria quitado em dez parcelas de R$ 100 mil, além da existência de um bônus de R$ 400 mil para uma meta de partidas no profissional. Edvaldo Pires, um dos agentes da Itaquerão, alega atraso nos dois primeiros pagamentos.
- Nosso advogado está entrando com uma ação contra o São Paulo, que não nos paga há dois meses. Temos uma proposta do Stuttgart, da Alemanha, e vamos tirá-lo de lá (São Paulo). Para Cotia (sede da base tricolor) ele não vai. Queriam colocá-lo lá para jogar a final da Copa do Brasil Sub-20, mas ele não é moleque, foi contratado para o profissional - reclamou, ao GloboEsporte.com.
O São Paulo nega que a intenção fosse reforçar o time que disputará as finais da Copa do Brasil Sub-20 contra o Atlético-PR nos dias 19 e 24 deste mês. O clube até adotou a prática com o volante Jeferson e o atacante Murilo, mas assegura que Maidana não fará parte da delegação nas decisões e só será aproveitado nas próximas competições da categoria.
Relembre o Caso Maidana:
O zagueiro Iago Maidana vinha sendo observado pelo São Paulo desde julho e as negociações eram feitas diretamente com seu clube da época, o Criciúma, pelo então gerente-executivo da base tricolor, Júnior Chávare. Após a saída do profissional para o Grêmio, que desejava fechar acordo por empréstimo de um ano, quem assumiu as tratativas foi o gerente do profissional José Eduardo Chimello (já demitido), ao lado de Carlos Miguel Aidar (renunciou em outubro).
A compra foi selada em setembro, quando Chávare já havia se transferido para o Grêmio e Maidana assinado dois dias antes com o Monte Cristo, da Terceira Divisão de Goiás. A evidência de uma ponte na equipe goiana somada à participação da empresa Itaquerão Soccer - que comprou o garoto do Criticiúma - e aos valores investidos pelo São Paulo, levou o caso a julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
No tribunal, os clubes envolvidos correram o risco de rebaixamento, perda de pontos e proibição de contratações em até duas janelas de transferências. O STJD aceitou a defesa dos acusados de que não possuía competência para julgar o caso e aplicou apenas multas de R$ 100 mil, enquanto a multa aplicada ao zagueiro de 19 anos foi de R$ 10 mil.