A pandemia do novo coronavírus interrompeu os campeonatos de futebol e brecou a ótima fase de Igor Gomes, que vinha sendo um dos principais jogadores do São Paulo, com direito ao prêmio de melhor em campo no último compromisso pela Libertadores, a vitória por 3 a 0 sobre a LDU. Essa situação atrapalhou até o aniversário de 21 anos do meia são-paulino, no último dia 17, como ele contou ao LANCE!:
- Meu aniversário foi bem diferente. Sempre gostei de ter os amigos por perto, comemorar reunindo quem eu gosto. E dessa vez teve que ser uma reunião bem íntima e sem contato. Mas não tem jeito, né? Mãe é mãe. Vai falar para ela que ela não podia me abraçar? - brincou.
- É um momento de mobilização mundial e todo mundo tem de colaborar para tudo voltar ao normal, mas é uma situação muito estranha. Ver as ruas vazias, não poder sair de casa... É algo que a gente só via nos filmes e ainda achava que nunca aconteceria de verdade. Mas é o que precisa ser feito. As coisas só vão voltar ao normal se cada um fizer a sua parte - emendou Igor.
A relação com os pais, Iracélis e Airton, é sempre tema das entrevistas de Igor Gomes, que está em casa em São José do Rio Preto, cumprindo as recomendações do São Paulo e das autoridades de saúde. Airton sempre o acompanha no CT da Barra Funda e nos jogos e se emocionou ao vê-lo marcar um gol e ser premiado como craque do jogo contra a LDU.
- Todo mundo sabe que meu pai e eu somos muito próximos. Ele é o meu maior fã e também o meu maior critico. Ele não deixa barato quando tem de falar o que pensa. Mas também está sempre lá para me apoiar, comemorar as vitórias comigo. Quando eu digo que esse troféu é nosso é porque só a gente sabe nossa luta pra eu ter condições de estar onde eu estou hoje. Ele, minha mãe, minha família, todos sempre estiveram do meu lado nos momentos mais difíceis e cada vitória agora é nossa. Deixá-los orgulhosos é o que mais me motiva.
Até por isso, Igor tem tentado conscientizar os pais e os demais familiares sobre os cuidados a serem tomados para evitar a disseminação do coronavírus.
- Eu sou jovem e graça a Deus tenho uma saúde muito forte, mas temos de pensar neles principalmente. Meus pais sempre foram pessoas muito ativas, que gostam de fazer as próprias coisas. Mas eles estão muito cientes do que precisa ser feito - contou Igor, sem saber como será o futuro de Libertadores e Paulistão (o São Paulo já está classificado às quartas de final, mas não se sabe se o torneio terá prosseguimento):
- Ainda não sabemos. Tem muita coisa mais importante antes do futebol. Acredito que os dirigentes estão estudando a melhor maneira pra resolver essa situação.
O meia são-paulino, que acumula cinco gols em 45 jogos como profissional, não vê a hora de sentir novamente a sensação de jogar no Morumbi lotado pela Libertadores.
- É uma sensação espetacular. É o sonho de qualquer jogador do São Paulo marcar um gol em uma Libertadores. Sabemos o carinho que o torcedor tem pela competição. E, assim como a equipe toda, eu pude fazer uma grande partida contra a LDU. Saímos com o resultado importante, já pensando no saldo de gols que lá na frente pode ser decisivo. E o meu gol mostra como foi o jogo. A bola indo de pé em pé, todo mundo jogando pelo time, em busca do mais importante que é o São Paulo vencer.
- Estou em um momento muito bom. O time num todo estava se encaixando e conseguindo colocar em campo o que o professor Diniz queria. É muito importante poder ajudar a equipe num modo geral. Não adianta um só estar bem porque no fim das contas o que vale é o resultado final. Não dá pra dizer que não atrapalha, já que a gente perde um pouco da parte física, do conjunto por ficar muito tempo sem treinar e jogar, mas tudo isso é secundário diante dessa situação. O que mais importa agora são as vidas das pessoas ao redor do mundo - finalizou Igor.