Igor Gomes será vendido? Como o São Paulo enxerga o mercado em 2020

Clube precisa vender atletas para equilibrar o caixa, sendo que o meia é o mais valorizado deles. Diretoria tentará segurá-lo até o fim do ano em caso de venda, mas sabe que é difícil

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O São Paulo precisa vender um ou mais jogadores em 2020 para equilibrar as contas, necessidade que se agravou com o largo período de receitas reduzidas devido à COVID-19. O nome mais comentado no exterior é o de Igor Gomes, que foi ligado principalmente ao Real Madrid em publicações espanholas, mas o clube garante não ter recebido nada por ele até o momento.

- Não chegou nada. É lógico que a gente vai precisar fazer uma venda ou outra, e vamos ter que esperar o reflexo final da pandemia para entender o prejuízo, se vamos precisar vender mais ou menos do que a gente esperava, porque quando a gente se planejou lá atrás não existia esse cenário de pandemia que existe hoje - disse o gerente de futebol do clube, Alexandre Pássaro.

Embora não tenha propostas por Igor Gomes na mesa, a chance de ser ele o atleta negociado existe. Além de ser o mais valorizado do Tricolor no momento - leia-se: o que geraria mais dinheiro para o clube -, o meia de 21 anos está em processo para tirar o passaporte português, o que o daria a chance de atuar na Europa sem ocupar uma vaga de estrangeiro. Liziero, que já ocupou o posto de jogador mais valorizado do elenco são-paulino e hoje já não tem atraído tantos olhares europeus, tem passaporte italiano. 

Igor tem a multa rescisória padrão das joias de Cotia: 50 milhões de euros (R$ 272 milhões), valor que não seria pago por nenhum clube e serve, na prática, apenas para proteger o São Paulo. Seu contrato é válido até março de 2023, sendo que ele teve um reajuste salarial recentemente.

Se realmente uma negociação por Igor avançar, a ideia da diretoria do São Paulo é tentar segurá-lo ao menos até o fim desta temporada para que o impacto sobre a equipe de Fernando Diniz seja minimizado. Já seria difícil em cenário normal e pode se tornar ainda mais improvável se os campeonatos no Brasil forem esticados até os primeiros meses de 2021.

- Quando você vende no meio do ano para entregar no fim do ano ele chega lá no meio da temporada, uma prática que os europeus costumam não gostar. Quando eles compram no meio do ano, normalmente eles estão precisando daquela posição, daquele jogador, para iniciar aquela temporada. Claro que nossa ideia vai ser manter os nossos jogadores o maior tempo possível jogando no São Paulo, mas tem períodos, clubes e situações específicas que a gente tem que esperar para ver. Nossa tentativa vai ser sempre nesse sentido - emendou Pássaro.

O orçamento do São Paulo para 2020, aprovado no fim de 2019 (portanto, sem levar em conta os efeitos da COVID-19), prevê 33 milhões de euros em negociações (na época da aprovação, significavam R$ 154 milhões, enquanto hoje são R$ 181 milhões). O Ajax (HOL) pagou 7 milhões de euros por 20% de David Neres que ainda pertenciam ao Tricolor e vai pagar 16 milhões por Antony, totalizando 23 milhões. Em tese, restariam 10 milhões de euros a serem realizados, mas o clube encara essas vendas como se tivessem sido feitas no ano passado, já que a meta não foi batida. Portanto, não entram na conta de 2020.

Maia, atacante das categorias de base, deve ser negociado com o Barcelona. O clube catalão vai pagar 1 milhão de euros pela exclusividade de compra, a ser efetivada no meio do ano - se por ventura ele não for para lá, o São Paulo recebe a quantia do mesmo jeito.

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