A decisão de afastar Cícero, comunicada nesta quarta-feira pelo São Paulo, vem sendo amadurecida faz tempo. Há duas semanas, a diretoria procurou os representantes do jogador para dizer que ele estava liberado para buscar um novo clube. Não estava nos planos para o restante da temporada, portanto.
Cícero fez sua última partida pelo São Paulo no dia 24 de julho, no empate em 1 a 1 contra o Grêmio no Morumbi. Entrou no segundo tempo e teve boa participação. Depois, foi relacionado para encarar Botafogo, Coritiba e Bahia, no último domingo, mas ficou só no banco.
Nas conversas iniciais com representantes de Cícero, o principal argumento utilizado pelo São Paulo foi de que ele havia sido contratado por indicação de Rogério Ceni e, com a saída do técnico, não era mais interessante para o clube. Isso, inclusive, foi passado a Dorival Júnior. O atual treinador participou da decisão, expondo seus pontos de vistas, e não se opôs. Mas a intenção já existia.
No entanto, internamente houve outras reclamações, inclusive sobre comportamento, na tomada de decisão anunciada nesta quarta. Queixa de que o jogador não fazia a auto-crítica necessária para melhorar, tendo em vista um possível mau desempenho em campo. Não brigou com nenhum companheiro, mas não tinha a melhor das relações, ainda nessa visão do São Paulo. São apontamentos que Cícero nega com veemência.
Ainda nesta quarta é possível que o jogador se pronuncie por meio de nota oficial. Cícero alega que nunca teve qualquer problema no grupo e que seu relacionamento com os companheiros era bom. Tem recebido ligações dos colegas ao longo deste dia, o primeiro em que não treinou com o grupo no CT da Barra Funda.
Na parte de Cícero, ficou a impressão de que o São Paulo pegou o jogador para cristo, como forma de mostrar que a diretoria está agindo em meio ao momento difícil. O time ocupa a 17ª colocação no Campeonato Brasileiro com 19 pontos, e estreia no returno no domingo contra o Cruzeiro no Morumbi.
Cícero chegou no começo do ano sob forte insistência de Ceni, que o trouxe como homem de sua confiança. Foi contratado sem custos do Fluminense, que aceitou dividir salários. O contrato é até dezembro de 2018. E a saída agora fica complicada pela situação do jogador. Cícero já fez dez jogos no Brasileiro, portanto não pode se transferir para outro clube da Série A. Aos 32 anos, tem mercado restrito lá fora. Ainda não houve consultas ao São Paulo.
Ao todo, o camisa 8 disputou 32 jogos e marcou quatro gols pelo São Paulo em sua segunda passagem pelo clube. Deu uma assistência.