Aproximadamente 100 milhões de reais. É por este valor que o São Paulo negociou o atacante Brenner, que despontou esta temporada sob comando de Fernando Diniz, ao modesto FC Cincinnati, clube que disputa a MLS, a liga norte-americana.
O valor é considerável, ainda mais dentro do contexto da pandemia, mas a venda de um jogador promissor de 21 anos não pode ser analisada apenas sob a ótica financeira. É também o retrato de um São Paulo que necessita fazer dinheiro rápido para cobrir os buracos criados por gestões anteriores, que despejou fortunas nas contratações de Pablo e Daniel Alves, só para pegar exemplos mais recentes.
O Tricolor está numa encruzilhada: vive longo jejum de títulos, praticamente enterrou suas chances no Brasileirão mesmo após abrir sete pontos na liderança e agora busca um técnico estrangeiro para a próxima temporada. E nada indica que haja fôlego nos cofres para contratações, ou até mesmo para segurar os melhores jogadores do elenco.
Recém-eleito, o presidente Julio Casares já inicia sua gestão sob forte pressão e poucas perspectivas. O momento atual é de reconstrução (mais uma) forçada, enquanto a torcida, ainda longe das arquibancadas, acumula novas frustrações.
O São Paulo historicamente vende bem seus jovens talentos, mas hoje não faz mais parte de um planejamento que projete um elenco mais forte no futuro. Brenner se despede em meio ao caos: com o time definhando dentro de campo e sendo perseguido por torcedores por ruas e avenidas. Não poderia haver um adeus mais triste.
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