A maioria dos clubes que se revoltam, e cujos torcedores pedem o fim do VAR, é formada por aqueles historicamente favorecidos pelos erros de arbitragem.
O caso mais recente, envolvendo o São Paulo, corrobora a prática, já adotada também por Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Grêmio, entre outros. Pergunte a opinião do Atlético-GO, que teve até agora oito mudanças corretas revertidas pelo árbitro de vídeo, algo que pode ser determinante para um time de elenco e folha salarial modestos se manter na primeira divisão do Brasileirão.
O VAR já é uma realidade nos principais torneios do mundo, assim como na Copa do Mundo. Os ajustes continuarão sendo feitos, como mais transparência na imagem das linhas de impedimento e na velocidade na comunicação com o árbitro, mas, como qualquer inovação do esporte, está tudo dentro de um processo de maturação e aceitação cultural.
Em uma temporada já remendada pelos efeitos da Covid-19, o que o Brasileirão menos precisa agora é de disputa nos tribunais com base no erro de direito, sendo que a tecnologia acertou num lance crucial da partida. Que sejam punidos os árbitros que sabotam os processos, ainda que de forma involuntária, e que se cobre a Comissão de Arbitragem. Mas não é hora dos clubes mais poderosos tentarem reviver um dos piores vícios do futebol brasileiro.
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