Presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva se pronunciou pela primeira vez sobre a saída de seu vice geral, Roberto Natel. O mandatário disse que Natel tomou uma atitude precipitada ao entregar o cargo para trabalhar em uma candidatura para presidente no próximo pleito, de abril de 2017. Ao ser perguntado sobre se essa decisão não poderia ter sido tomada depois que a temporada acabasse, para não prejudicar o time, Leco transferiu a resposta ao ex-vice.
- Acredito que essa pergunta deva ser direcionada a ele. Da minha parte, posso dizer que vejo o Roberto como um bom moço, um são-paulino nato e apaixonado que tomou uma atitude a meu ver precipitada, mas ele está no seu total direito, até porque foi extremamente respeitoso em todo processo. No entanto, como presidente, tenho que ter pessoas com a cabeça totalmente focadas na gestão - declarou Leco, em entrevista ao LANCE! por meio de sua assessoria de imprensa.
Se Natel tem esperança de que Leco desista de ser presidente em 2017 ou dispute uma prévia com a situação para a escolha do, pode tirar seu cavalinho da chuva. Leco sustenta que tentará seu primeiro mandato inteiro, já que assumiu como tampão com a renúncia de Carlos Miguel Aidar em outubro do ano passado. A ideia de Roberto Natel é fazer um plebiscito na situação para que os conselheiros optem por ele ou Leco. Natel diz que não sairá candidato se tiver de concorrer com o atual presidente e mais um candidato da oposição.
- Fui eleito presidente para concluir um mandato de uma pessoa que renunciou. Assumi um clube destroçado financeiramente, sem a menor credibilidade com torcida, bancos, investidores e parceiros e um time que vivia com a realidade de atrasar salários diariamente. Neste tempo, tivemos conquistas e avanços significativos: reduzimos a dívida total em 32% e a bancária em 47%, nossa camisa não tinha um patrocínio e hoje gera mais de R$35 milhões em parcerias com seis empresas e estamos promovendo uma ampla reforma no estatuto com grande participação dos associados. Isso em menos de um ano de gestão. Certamente quem me suceder pegará um clube em condições muito melhores do que eu, portanto é natural que eu concorra à reeleição para concluir esse trabalho muito duro, mas que vem trazendo frutos em tão pouco tempo. Eu sou candidato - decretou.
Leco também falou sobre sua atuação política no clube. Alguns de seus aliados pedem por uma postura diferente para contornar esses assuntos. Acreditam que o dirigente poderia ter estancado algumas crises se agisse de forma mais flexível. Ele diz que está antenado ao processo político e se diz aberto ao diálogo.
- Se “fazer política” quer dizer se submeter ao vale-tudo em troca de votos, nunca foi e nem será meu estilo. Sou uma pessoa aberta, converso com pessoas de todas as esferas - conselheiros, sócios, funcionários - e não olho corrente política para me relacionar com ninguém. Evidentemente algumas pessoas não querem o diálogo, torcem para dar tudo errado na expectativa de um dia chegarem ao poder. Com esses eu não falo. Estou ciente de que o processo político está acontecendo e podem ter certeza de que estamos nos movimentando também nesse sentido, evidentemente sem negligenciar o andamento do clube e do time, que são a nossa razão de estar aqui - afirmou.