Conviver com a pressão da proximidade à zona do rebaixamento não tem sido fácil para o elenco do São Paulo. Depois da invasão de torcedores ao CT da Barra Funda, com registros de agressões a Michel Bastos, Wesley e Carlinhos, quem passou por apuros recentemente foi Maicon. Os episódios foram relatados pelo zagueiro em entrevista coletiva nesta terça-feira.
- Todos trabalham para vencer e sofrem com a família, fica ruim até para sair com esposa e filho. Fico chateado. Vencer facilita nossa vida com os familiares. Temos que levantar a cabeça e trabalhar ainda mais para melhorar essa situação. Tive uma ou duas situações constrangedoras com minha família no meu momento de lazer, mas passou - lamentou o beque, que prosseguiu:
'Tive situações constrangedoras com minha família no meu momento de lazer'
- Agora vou procurar fazer um trabalho honesto e digno para dar vitórias ao São Paulo. Fui cobrado como todos os outros, mas por estar com a família foi um pouco chato. Respeito o torcedor, mas a linguagem que às vezes usam é ruim. A cobrança, dependendo da forma que for feita, é boa, mas não quando afeta filhos e esposa. Estou acostumado e tranquilo.
Maicon ainda tenta explicar os problemas vividos pelo Tricolor na temporada. Reconhece os obstáculos psicológicos de um time que cria, mas não conclui as oportunidades a gol. Vê força no elenco, ao mesmo tempo em que coloca no plantel a culpa pelo atual momento. E, nesta quarta-feira, às 21h45, aposta que o São Paulo vencerá o Sport na 29ª rodada do Campeonato Brasileiro.
- Estamos preocupados com essa situação que ninguém esperava. Poderíamos ter saído com os três pontos no último jogo com o Flamengo porque jogamos bem, mas precisa vencer de qualquer forma, mesmo sem jogar bem, ainda mais sendo um concorrente direto. Com três pontos vamos ficar mais confortáveis. Se o São Paulo vencer, abre quatro pontos (cinco, na verdade) para o Sport, então temos que vencer - afirmou.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Maicon:
Quais os objetivos do São Paulo no Brasileirão?
Precisamos somar o maior número de pontos possível para sair da situação em que a gente está. O ânimo, independentemente de G6, G4, tem que ser o mesmo, porque estamos devendo muito neste Campeonato Brasileiro. Não podemos pensar em G6, porque faltam seis pontos para eles, mas só quatro para a zona de rebaixamento.
Você já falou algumas vezes que precisa de mais comprometimento, mas não tem adiantado, porque o time não ganha...
A gente dá sempre as mesmas respostas porque vocês fazem as mesmas perguntas. É natural, ainda mais sem resultado. A gente tem trabalhado para melhorar e é nítido que o time precisa evoluir. Todos estão comprometidos para tirar o São Paulo desta situação.
O elenco é bom? De quem é a culpa por esta fase?
Elenco é muito bom, mas não adianta se não demonstrarmos como tem acontecido. Temos que pensar e rever o que estamos errando para corrigir. Qualidade tem, é só ver a Libertadores, alguns jogos no Brasileirão, como contra o vice-líder Flamengo. Falta um pouco de sorte também, mas com competência. E a culpa com certeza é da gente. A diretoria procura onde está o erro e vê se precisa mudar o elenco para a próxima temporada.
Psicológico atrapalha para definir os jogos?
Não vemos a hora de sair dessa situação, mas amo futebol e quanto mais jogar vou ficar satisfeito. Não é hora de fugir da raia, é de encarar tudo com força e caráter. Tem que jogar todo jogo como se fosse o último. Faltam gols e resultados positivos. A gente cria, mas não conclui bem e aí não vence. Tem que ganhar, nem que seja 1 a 0 sofrido.