O mau momento vivido pelo São Paulo ocasionou a aproximação de um conhecido ilustre do clube e do torcedor: o conselheiro Marco Aurélio Cunha, atual diretor da Seleção Brasileira feminina de futebol. Marco visitou o CT da Barra Funda nesta sexta-feira, conversou com os jogadores, a quem deu conselhos, e opiniou sobre a situação vivida pelo Tricolor, mal no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
Superintendente de esportes do clube na última fase vitoriosa, que envolve os títulos de 2005 a 2008, Marco tocou em pontos importantes da situação são-paulina. Ele falou que o clube precisa terminar 2016 de maneira digna e já pensar em 2017, sem jogadores "cansados".
- Precisamos recuperar o espírito de responsabilidade em todos os jogos. Falei isso com os jogadores. Eu vim aqui hoje como são-paulino, nem como conselheiro. Eu vim como cada torcedor gostaria de vir. Acho que agora as coisas vão mudar, não por mim, mas pela atitude que a diretoria tomou, pelos jogadores. E eu tenho muita confiança nesses líderes e eles vão mostrar aos mais jovens que precisam estar todos unidos para passar por esse momento desconfortável. Temos que trabalhar esse ano, tirar os cansados daqui, e começar a fazer um trabalho novo para o ano que vem e voltar com força - declarou o dirigente.
Marco, em seguida, explicou o termo "cansados" com o qual se referiu a alguns atletas, sem citar nomes.
- É o cara que talvez não tenha vontade de fazer o esforço maior. O futebol hoje é coletivo, não dá pra ninguém resolver sozinho. O jogador que acha que vai resolver sozinho, não está mais ligado ao futebol moderno. Não dá mais para o jogo lento, demorar para recompor. Não dá pra ser bom só tecnicamente, tem que ser aplicado na parte tática - disse.
Dirigente do clube na passagem anterior de Ricardo Gomes, entre 2009 e 2010, Marco Aurélio isentou o técnico de responsabilidade. Eles tiveram uma relação muito boa na época e se tornaram amigos. Ele também explicou como se deu a visita ao clube. E deixou aberta a possibilidade de retornar mais vezes.
- Eu tive a intenção de vir, o Leco (presidente) conversou comigo, nós falamos sempre que necessário, mesmo estando de longe. Meu afastamento se deve aos meus compromissos com a CBF. Acho que essa é a hora dos grandes são-paulinos darem a cara. É a hora da gente ajudar - disse Marco.
- Não acho que o São Paulo esteja numa crise horrorosa, está num mau momento. Estamos em 11º lugar, é ruim para o São Paulo, mas não é o caos. O São Paulo está numa posição incômoda. Temos que sair dela o mais rápido possível. Como? Com os jogadores tendo atitude, reconhecendo seus erros, com a comissão técnica exigindo dentro do normal, a diretoria fazendo a cobrança que eu soube que fez, e o jogador respondendo. Nós temos que ter um ar melhor aqui. Eu vi um time tentando resolver tudo individualmente. Nada na conta do Ricardo Gomes - completou.
Presente no CT nesta sexta, a cúpula do São Paulo não se pronunciou. Nem o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, nem o diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira, tampouco o vice de futebol José Médicis.