A escalação do São Paulo desde a chegada de Rogério Ceni sofreu mudanças, sendo duas delas não planejadas pelo treinador. Com desfalques na equipe, Ceni montou um meio de campo com jogadores revelados na base do Tricolor e a formação deu muito certo, pois, mesmo mudando alguns jogadores de posição, aumentou a intensidade da equipe e foi crucial para a vitória por 1 a 0 no clássico diante do Corinthians, na última segunda-feira (18).
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Antes da chegada de Ceni, o meio de campo vinha sendo escalado como Luan no papel de volante, Nestor mais avançado e Gabriel Sara como armador. Luciano, Calleri e Rigoni faziam o trio de ataque.
Rogério Ceni, porém, teve que se adaptar, pois, um jogo antes do treinador assumir o comando do time, Rigoni se lesionou e, no primeiro treino de Ceni, às vésperas de sua estreia, Luan também teve lesão, dois desfalques de peso.
Com isso, o técnico mudou a estrutura da equipe, abriu mão de três atacantes e passou a usar um 4-1-2-1-2. No meio de campo, a formação remete ao formato de um losango, pois Liziero atua como o primeiro volante, enquanto Gabriel Sara sobe ao ataque pela esquerda e Igor Gomes pela direita. Completando o losango, Benítez se posiciona logo atrás dos atacantes, mais avançado do que a dupla de meias 'Made in Cotia'.
É normal que escalações com jovens tenham maior intensidade, mas é preciso saber utilizar a juventude à seu favor. Benítez, por exemplo, não é tão intenso quanto o restante do meio de campo, ocupando uma posição mais próxima ao ataque, permitindo maior participação ofensiva e menos responsabilidades na defesa. Para Liziero, Igor Gomes e Gabriel Sara, a história é outra.
Sem Luan, o São Paulo tende a sofrer defensivamente, sem contar com proteção à linha de defesa. Assim, Liziero ocupa papel mais defensivo, enquanto Igor e Sara tem movimentação constante, precisando apoiar o ataque e se apresentar na defesa. Essa versatilidade é um grande motivo da vitória do Tricolor, que neutralizou o meio de campo corintiano, afastou Giuliano e Renato Augusto de sua área e soube se proteger, correndo poucos riscos quando atacado.
Com Orejuela e Reinaldo nas laterais, há uma possibilidade de que o time sofra com ataques pelas pontas, devido à ofensividade da dupla. Entretanto, com ambos muito bem na defesa e com a cobertura dobrada de Sara e Igor Gomes (o primeiro auxiliando Reinaldo e o segundo auxiliando Orejuela), o time não tomou perigo pelas pontas.
O próprio Rogério Ceni admitiu que a juventude de seu meio de campo é fator determinante para a intensidade do time. Com o trio de jogador Made in Cotia por trás do ataque, o treinador definiu Liziero, Igor Gomes e Gabriel Sara como o 'motor' do time, e, ao observar a movimentação e a presença do trio em todas as fases do campo, de fato o apelido é justificado.
- Meu meio campo é a energia desse time. Liziero, Igor Gomes e Sara é o motor do time. Tem força física, são jovens, tem fome. Ajudam a servir Benítez, Luciano e Calleri - afimou o treinador.