Se alguém conseguiu escapar de parte das críticas pela derrota por 4 a 2 para o Osasco Audax na estreia no Campeonato Paulista, Chavez certamente está na lista. O centroavante marcou os dois gols do São Paulo na Arena Barueri, mas admitiu ter falhado em outras oportunidades. E apesar de questionar alguns erros da equipe, pediu cautela com o técnico Rogério Ceni.
- Se não tiverem paciência com Rogério Ceni, não sei com quem mais eles terão. Ele não veio aqui perder tempo, veio para fazer história como fez em 25 anos no clube como jogador. Veio para ganhar, não para perder. Para ganhar muito mais. Seguramente a torcida tem confiança e terá paciência. E que a adaptação seja rápida para estarmos à frente dos campeonatos - disse.
O maior problema do Tricolor, segundo Chavez, foi ter se desesperado após ver o Audax abrir 2 a 0 em menos de dez minutos no último domingo. O argentino acredita que ele e todos os companheiros exageraram na marcação pressão para tentar roubar a bola do rival no ataque e acabaram deixando espaços cruciais no meio de campo. Análise que veio acompanhada de palavrão.
- Foi um pouco exagerada nossa pressão, um pouco por ter saído atrás tão rápido. Foi isso que nos levou a fazer uma pressão desorganizada. Eles não saíam tão bem, não precisava e acabou sendo um desastre. Se alguém tenta pressionar os 90 minutos está fodido, nem o Barcelona faz isso. Era um time diferente, mas erramos - opinou.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Chavez:
Como foram as reações de Ceni no vestiário, após o jogo?
Ninguém vai conhecer o clube e a torcida como Rogério. Estávamos todos loucos e ele nos transmitiu muita tranquilidade. Ele é um companheiro a mais. Nos deu a tranquilidade de que é um começo, por mais que ninguém goste de perder. Sabemos que cometemos muitos erros e que temos que melhorar logo para um jogo importante na Copa do Brasil. Rogério se comportou com muita tranquilidade e isso nos transmite calma. Se ele se desesperasse no primeiro jogo, estaríamos ferrados. Se ele está tranquilo, estamos tranquilos para os jogos. E ele entende a torcida, que quer o time ganhando, não é fácil, mas vamos tentar deixar nossa torcida alegre.
O que espera do jogo de quinta-feira pela Copa do Brasil, no Maranhão, contra o Moto Club?
É um jogo totalmente distinto. Sabemos que precisamos entrar focados totalmente, é um jogo só e definitivo. Se ganhamos, ganhamos força para seguir adiante. Estamos com muita gana por um título e sabemos que podemos chegar. Quando você chega a um clube grande como esse, quer ser campeão. Seguramente vamos sair para buscar o resultado. Somos o São Paulo e o esquema que foi trabalhado em janeiro mostra que nunca vamos esperar, independentemente do rival. Sempre seremos São Paulo, mas com tranquilidade e organização. Não podemos dar vantagem por ser um time menor. Temos que entrar com mentalidade vencedora. Vamos viajar um dia antes para ficarmos mais descansados, o que acho bom antes de um jogo decisivo. Estamos muito perto da partida e não podemos aumentar o desgaste. Esperamos chegar bem e estar à altura de um time que vai tentar jogar tudo.
As chances perdidas e as críticas te incomodam?
Como falei ontem (domingo), as críticas seriam piores se eu não tivesse feito dois gols. Eu entendo as críticas e sei que tenho que fazer os gols. Tenho que analisar com calma, apenas começou o ano e tenho confiança em mim. Se faço ou perco, não vou me abalar. Sou atacante e trabalho para isso, enquanto cada um opina como quer. Quero fazer os gols pelo São Paulo. Quero marcar gols sempre, mas que o time ganhe. Que seja o começo de muitos gols, mas de muitas vitórias também.