Cinco minutos. Esse foi o tempo que durou a persistência do São Paulo em atacar com grande ímpeto o Fortaleza no empate sem gols entre as equipes no Castelão, quinta-feira (11), pelo Campeonato Brasileiro. Tão logo Juan Vojvoda, o consagrado técnico dos cearenses, se tocou do que o adversário tentava fazer, tratou de travar as válvulas de escape pelos lados de campo. E aí Dorival Júnior respondeu, reforçando a marcação no meio-campo e deixando Calleri ainda mais isolado.
O jogo de xadrez travado entre o comandante do time paulista e do Leão do Pici se por um lado deixou a partida feia para quem queria fortes emoções, do outro escancarou o que se esperar de Dorival no Morumbi para a sequência desta temporada.
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Sem medo de ser feliz, o treinador não tem receio nenhum de fazer o que o antecessor Rogério Ceni mais temia: mandar seu time não jogar. Sim, parece uma antítese clara, mas vale ressaltar que o novo São Paulo não tem vergonha nenhuma de mandar a bola para o mato quando necessário, se fechar quando o adversário mais forte ataca e jogar dentro de suas limitações.
Parece pouca coisa. De fato pode ser. Mas é um avanço inestimável a um time que antes perdia pontos bobos com empates e derrotas após abrir o placar. O São Paulo de Ceni era facilmente encaixotado quando sofria um gol logo cedo. Não tinha alternâncias necessárias de jogo para reverter um quadro muitas vezes favorável a si mesmo.
O estilo mais pragmático chegou para ficar no Tricolor... Se o torcedor são-paulino vai gostar? Às favas, ora bolas. Dorival continua ostentando uma invencibilidade no clube. Falava-se em 'feijão com arroz' quando ele foi contratado. Porém o simples, muitas vezes, é muito complexo para quem estava acostumado a um estilo de jogo que, por ora, não há espaço no Morumbi, sejamos francos.
E talvez o retrato mais fiel do peso da balança tricolor seja exatamente esse. O São Paulo começou o campeonato ameaçado pelo fantasma do rebaixamento. Exagero? Difícil dizer. Na edição mais difíceis dos últimos anos, com todos os 'grandes' jogando (entre eles o Fortaleza, importante ressaltar), o clube de Ceni perdia de virada para o Botafogo nos últimos minutos. O de Dorival arranca empates salvadores contra Coritiba, no Castelão e vence o Internacional.
Pontos mais do que fundamentais para, acima de tudo, manter o sonho vivo. Qual sonho? O tempo irá dizer. Mas seguiremos jogando como time pequeno, pode indagar o torcedor mais corneta... Sigamos o conselho de nossas vovós: às vezes vale dar um passo para trás para depois avançar. Ihhhhh, 45 pontos qualquer dia tamo aí...
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