Pato pede ‘bom senso de todos’ em decisão de corte salarial no São Paulo

Atacante foi o entrevistado do programa "Resenha ESPN" no último sábado e espera que todas as partes possam caminhar juntas. Clube tomou decisão que não agrada ao elenco

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No último sábado, no "Resenha ESPN", programa gravado durante a semana que passou, Alexandre Pato foi questionado sobre o que pensava das negociações sobre a suspensão de parte dos salários do elenco durante a pandemia de coronavírus. A opinião do jogador, pedindo bom senso a todos, foi dada antes de o clube tomar a decisão de cortar 50% dos vencimentos, mesmo sem a concordância dos atletas, que não toparam a proposta.

- Eu acho que esse é um momento que ninguém esperava, que ia parar o futebol, que ia chegar o vírus, aconteceu tudo de repente, estava acontecendo na China, foi para a Europa e aconteceu com o futebol brasileiro. A gente tem que entender o contexto do que está acontecendo, que não é só no futebol com esses cortes de salário, mas também em outros trabalhos. Então nós temos que prezar também pelo bem estar de todos e entender o lado do clube, mas o clube também entender a parte do jogador - disse o atacante.

De acordo com apuração do LANCE!, essa decisão ainda não foi comunicada a todo o grupo, mas já está tomada. A diretoria considera que não está fazendo uma imposição aos atletas e avalia que não há outra alternativa para encarar este período de receitas menores devido à pandemia do novo coronavírus.

- Acho que se todo mundo chegar a um tipo de ideia clara para todos, todo mundo vai andar para o mesmo caminho para tudo dar certo e todo mundo andar abraçado para fazer o melhor possível não só para o clube, mas para as pessoas que precisam daquele trabalho, funcionários que estão lá há tempos. Então vejo que todo mundo está no mesmo percurso - afirmou Pato.

A decisão tomada pelo São Paulo, que não foi aceita pelo elenco, é a seguinte: suspensão de 50% dos salários de março, abril, maio e junho (se a crise persistir até lá) e congelamento dos direitos de imagem. Todos os valores que ficarem pendentes serão pagos após a normalização, de forma parcelada. Para quem ganha menos de R$ 100 mil, o valor mínimo mensal a ser pago durante a crise será de R$ 50 mil. Quem recebe abaixo disso não será afetado.

Para Pato, é preciso pensar que nem todos os jogadores têm a mesma condição de vida e dependendo do corte salarial, a situação de alguns pode ser prejudicada. Por isso, o atacante pensa que a melhor forma de encontrar um caminho em comum é a conversa. Segundo apurou o LANCE!, a ideia do elenco é que o corte seja menor do que os 50% apresentado pelo clube.

- Todos vão achar a melhor maneira de conversar, não é só no São Paulo que está acontecendo, mas tem que ter o bom senso de todos os jogadores e bom senso dos clubes entenderem que tem atletas que talvez ganhem um tipo de salário e tem atletas que não ganham o mesmo tipo de salário. Acho que tem que ter o bom senso de todos, o atleta entender a condição do clube, entender a condição do mundo hoje, mas também o clube entender alguns tipos de jogadores. Tem tudo para dar certo, todos os jogadores e clubes andarem de mãos dadas e fazer o melhor possível - concluiu.

É certo que o diretor de futebol Raí sofrerá exatamente as mesmas alterações em seus vencimentos. O mesmo deve se aplicar a outros membros da diretoria, inclusive ao presidente Leco, que é remunerado. Uma resolução oficial deve sair nos próximos dias. O elenco do São Paulo entrou em férias de 20 dias na última quinta-feira. Não há previsão de retorno de Paulistão e Libertadores.

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