Se Edgardo Bauza quer o elenco do São Paulo "jerarquizado" para a semifinal da Copa Libertadores da América, o processo passa obrigatoriamente pela presença de Maicon na equipe. O problema é que para ter o zagueiro diante do Atlético Nacional (COL) nos dias 6 e 13 de julho é preciso estender o contrato de empréstimo assinado inicialmente pelo Porto (POR) até 30 de junho.
- Os dirigentes estão negociando a possibilidade de Maicon ficar e não é fácil. Estão tratando de fechar isso. Se ele não ficar, vamos precisar trazer outro e aí será preciso um tempo de adaptação novamente. Isso é complicado. Futebol profissional é assim. Ele quer ficar e isso ajuda. A diretoria está falando com o Porto - explicou Patón, em entrevista ao LANCE!.
O Tricolor já enviou o diretor-executivo Gustavo Oliveira para conversar com os portugueses, já tentou estender o vínculo somente até o fim da Libertadores e cogitou até mesmo envolver jogadores nas negociações. Os Dragões seguem fazendo jogo duro e esperam propostas para vender Maicon, que não esconde o desejo de ficar no Morumbi. Mas é preciso pensar em um plano B.
- Temos dois ou três zagueiros centrais em vista, todos estrangeiros e de "jerarquia". Também não são negociações fáceis. Vestir a camisa do São Paulo não é para qualquer um, então não pode ser qualquer jogador - disse.
Fora a situação de Maicon, Bauza espera que a diretoria consiga incorporar mais dois atletas de peso, preferencialmente a tempo de inscrevê-los na Libertadores. O peruano Christian Cueva, por exemplo, até tem o protagonismo desejado pelo técnico, mas não poderá jogar a Copa por já ter defendido o Toluca (MEX). Uma alternativa, então, pode ser Alexandre Pato.
O atacante que passou 22 meses emprestado ao Tricolor pelo Corinthians, entre 2014 e 2015, está parado após passar período no Chelsea (ING) e não deve ser reintegrado ao elenco alvinegro. O contrato com o time de Parque São Jorge termina em dezembro e antecipar o fim do vínculo não será tarefa fácil. Outro obstáculo está nos altos salários do jogador, que vem sendo monitorado pelos são-paulinos desde o início do ano.
'Quem não gostaria de ter Pato? Oxalá que eu possa tê-lo aqui. Mas não é nada fácil'
- Quem não gostaria de ter Pato? Oxalá que eu possa tê-lo aqui. Mas não é nada fácil, porque tem mercado na Europa. Se houver a possibilidade, obviamente que gostaria de trazê-lo - exaltou Patón, que não vê em Pato uma falta de entrega como a implantada no atual elenco tricolor:
- Mentira dizer isso. Todo jogador tem entrega. Todos. Se há algo que o futebol faz é contagiar. E quando tenho dez correndo ao meu lado, se fico parado, terei problemas no vestiário. Ou corro ou fujo - sentenciou.
META SEGURA
Com a mesma franqueza usada para comentar os casos de Maicon e Pato, Bauza descartou qualquer hipótese de contratar um novo goleiro para o São Paulo até a Libertadores. Para o treinador argentino, a má fase de Denis já terminou e, se outros arqueiros oferecidos já foram rejeitados durante os momentos ruins, não há razões para mexer na meta tricolor - Renan Ribeiro e Léo são as opções já presentes no elenco.
- Estamos com os três que trabalhamos e os vejo cada vez mais seguros e tranquilos. Tiveram alguns inconvenientes e creio que a intranquilidade em um posto tão difícil acaba sendo determinante. Denis está mais tranquilo, porque vê que o técnico dá confiança. Não buscamos ninguém. Mesmo tendo muitos arqueiros oferecidos. Imagina se eu precisasse trocar todo jogador que falhou nos primeiros 15 jogos? Eu teria trocado oito já. O erro é parte do jogo. É preciso analisar o tipo do erro - ponderou.