Não é de hoje que o presidente Carlos Augusto Barros e Silva recebe críticas internas pelo modo como conduz o clube politicamente. Mais recentemente, esse aspecto se agravou. Incomodou seu próprio vice. Roberto Natel divergiu do modo como Leco tomou algumas decisões.
Não se trata de um racha, de acordo com quem acompanha a política do São Paulo, mas um distanciamento. Membros da situação já não apontam Leco como candidato absoluto para a próxima eleição e colocam Natel como uma alternativa. Isso mostra que a unidade na gestão já não salta aos olhos.
Desde que assumiu, em outubro do ano passado, Leco tem optado por postura classificada como impopular. Como exemplo, aliados citam a relação com conselheiros, sempre famintos por dar pitaco. Dizem que na maioria das vezes o mandatário dá de ombros e não se deixa levar pelas cornetas. Isso, ao mesmo tempo em que é elogiado, causa problema pois aumenta a satisfação interna. “Eu concordo com essa postura, mas não sei se ganha eleição”, foi frase dita por um membro da cúpula. Em uma decisão recente, Natel não gostou de não ter sido ouvido. Sintomático.
Roberto Natel, além de possuir o sobrenome mais sagrado no São Paulo, tem atuação política importante no clube. Ele é sobrinho de Laudo Natal, ex-presidente e patrono do Tricolor. Era um dos cotados para suceder Juvenal Juvêncio em 2014, competindo com Leco, quando o ex-presidente morto no ano passado optou por Carlos Miguel Aidar.
Leco ainda tem que lidar com a pressão da oposição, que se acalmou um pouco após o retorno de Marco Aurélio Cunha. A fase ruim do time, no entanto, contribui para críticas. A pressão dos oposicionistas foi a principal causa da queda do antigo diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira.
O LANCE! entrou em contato com a assessoria da presidência do São Paulo para ouvir a versão de Leco e Roberto Natel, mas não obteve resposta.