Diego Aguirre resolveu dar folga ao elenco e só volta a treinar o elenco na manhã de quarta-feira. Terá tempo para pensar em uma solução para um problema que voltou a prejudicar o São Paulo no 0 a 0 diante do Ceará, nesse domingo: a necessidade de ter um armador pelo meio e também alguém presente na área, e não apenas um dos dois.
Diego Souza já provou que ainda não merece a confiança para ser o centroavante do time, e Tréllez vem aparecendo como opção. Mas, na busca do técnico por fortalecer seu sistema de marcação desde a frente, o colombiano frequentemente joga aberto para Cueva ou Nenê aparecerem como 'falso 9'. Assim, falta presença na área. No segundo tempo desse domingo, com Cueva e Nenê juntos, tinha muita movimentação, e pouco além disso.
Parece que o esquema do Tricolor é como cobertor curto: quando se encontra a solução para um problema, acaba se expondo outro. A equipe precisa de alguém pelo meio que busque a bola, como Cueva fez ao longo do primeiro tempo, e, simultaneamente, alguém como referência para finalizar na área, inclusive sendo abastecido por quem está pelos lados.
Uma das causas do problema é a falta de armação. Quando joga no 4-3-3, Aguirre opta por um triângulo de volantes que tem, no máximo, raros momentos de criatividade. Atuando ao lado de Petros, como ocorre com Jucilei em campo, ou de Hudson, como nesse domingo, Liziero carrega a bola e demora a encontrar alguém para tabelar ou pronto para receber um passe de primeira, surpreendendo a defesa adversária.
O técnico está ciente do problema, e ainda aposta em um esquema com três zagueiros para ter os alas chegando e tabelando com os pontas. O problema é a inconstância de Régis pela direita e Liziero não ter funcionado como ala pela esquerda, assim como Edimar, escolhido nesse domingo. Com alas funcionando, seria possível Nenê ou Cueva buscarem mais a bola, com a referência escolhida (pode ser Gonzalo Carneiro, em breve) posicionada para finalizar. Mas não é o que tem acontecido.
O fato é que a falta de criatividade mostrada contra o Ceará tem sido recorrente nos jogos do São Paulo. Se os alas não resolvem, outra solução precisa ser encontrada. Depender somente de um toque de calcanhar de Cueva ou de uma finalização de fora da área de Nenê, como nas únicas chances de perigo do time no Castelão, é muito pouco.
Confira abaixo o posicionamento que expõe a ineficiência ofensiva do Tricolor: