Presidente do São Paulo explica dificuldades na venda de ingressos da Copa do Brasil

Julio Casares abordou diversos temas em entrevista ao programa 'Roda Viva'

imagem cameraJulio Casares afirmou que era necessário 'precificar o Morumbi' (Foto: Divulgação/ Instagram)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 12/09/2023
06:00
Atualizado em 12/09/2023
02:13
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E, entrevista ao programa 'Roda Viva', o presidente do São Paulo, Julio Casares, comentou os problemas enfrentados pela torcida na compra de ingressos para a final da Copa do Brasil. Nas palavras do dirigente, era necessário 'precificar' o Morumbi, já que não é possível abrigar todos os torcedores no estádio.

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- Nós tínhamos que precificar o Morumbi que é muito grande, garantindo o setor popular que é uma realização da nossa gestão que tem o setor popular descoberto e coberto. São quatorze mil lugares. Esse tem o valor de duzentos reais. É pouco? Não. Ainda é muito. Mas é uma forma de você tentar equilibrar as contas de um clube, que chega na final como protagonista.

O presidente também afirmou que há uma questão de demanda interferindo na venda de ingressos para a decisão. Além de a capacidade do estádio não ser compatível com a quantidade de pessoas que desejam assistir ao jogo, Casares citou ingressos que não podem ser comercializados pelo clube, como os de visitante ou os pertencentes à Federação Paulista de Futebol.

- Para esse jogo final, tenho ingressos uteis menores, porque tenho visitante, tenho a federação, o setor popular... eu não posso abrir mão de ter um sócio torcedor popular. Sei que muito torcedor está chateado, mas não dá para abrigar todo mundo.

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Por fim, Casares admitiu a existência de problemas na comercialização de ingressos para a torcida do São Paulo, mas garantiu que está buscando alternativas que facilitem o processo, especialmente pensando nas trocas físicas para o segundo jogo da final da Copa do Brasil, marcado para o dia 24.

- Nós temos um funil, que acontece também em outros clubes, mas vamos estudar para melhorar. Por isso que hoje tem um voucher, que é como em todos os grandes eventos, como a Copa do Mundo. E para o torcedor de fora (de São Paulo), teremos o dia 23, que é o sábado, e o próprio dia 24, que será informado o local para essa troca. Mas o estádio tem uma capacidade limitada e mais de um milhão de pessoas querendo assistir ao jogo. O jogo será transmitido na TV aberta e algumas pessoas terão que assistir pela televisão, pois não há capacidade.

Confira outros trechos da entrevista de Julio Casares ao 'Roda Viva':

CLUBE POPULAR E PROCESSO ELEITORAL
- O conselho do São Paulo é formado por 260 conselheiros, 160 vitalicios e 100 eleitos. Nós temos clubes com 1500 conselheiros, ganhou tudo e falaram que era o modelo de gestão. O futebol está tudo ligado ao resultado. Acredito que esse é um processo em andamento. E essa condição de torcida mais popular do Brasil, traz no bojo um presidente que não é filho ou sobrinho de conselheiros. Tem clubes, por exemplo, que tem sua representatividade voltada ao conselho, e quando tem o resultado positivo é democrático e maravilhoso. Outro dia eu participei de um debate: se o sócio torcedor votar, se um dia você pegar um grande ídolo, sem requisitos de gestão mas muito popular, ele pode ser eleito presidente. O clube será melhor representado? Isso precisa ser discutido.

Julio Casares foi eleito presidente do São Paulo em 2021 (Foto: Reprodução/ São Paulo FC)

AMPLIAÇÃO DO MORUMBI
- Eu lembro que os dirigentes de São Paulo falavam assim: 'já que temos que sonhar, que seja um sonho gigante'. Nós temos que sonhar sim com uma reforma, mas nós não temos nenhum pré-projeto. O que nós temos é conversas. O Morumbi voltou a ser protagonista de grandes shows, tem o metrô muito próximo, e com isso fundos de investimentos começaram a conversar. Estamos conversando e sonhamos em aumentar a capacidade do Morumbi. Quem sabe, rebaixar (o campo) dois ou três metros, melhorar essa estruturação de você ter a torcida mais próxima. Um sonho por enquanto, mas alguns investidores começaram a ouvir esse sonho. Temos 17 shows contratados pra 2024 e 2025, já é um sinal que o Morumbi voltou.

TOMBAMENTO DO MORUMBI
- Essa é mais uma herança que eu tive. Tem um tombamento lá, é o arquiteto (Vilanova) Artigas que projetou o Morumbi. É uma questão que estamos discutindo, para que a gente possa flexibilizar esse tombamento. E mais do que isso, você levar contrapartida, se você tiver uma casa de espetáculo que garanta ter uma sala de teatro, colocar exposições permanentes desse arquiteto que marcou época. Mas vamos trabalhar pra que a gente flexibilize e mantenha a história e a cultura, dentro de um progresso para a região.

FINANÇAS DO CLUBE
- A questão financeira eu sempre digo que é uma questão interna. O São Paulo teve um crescimento de faturamento, mas é uma questão muito interna mesmo. A questão da dívida, quando nós chegamos ela tinha um patamar que depois de dois anos já estamos conseguimos diminuir 12%. E um dado importante é que o São Paulo tinha três anos que apresentava deficit, e depois superávit. Se eu trabalhar apenas nessa redução drástica da dívida, eu posso ter o reverso no âmbito esportivo. Então é um equilíbrio. Se você investe um pouco mais na competitividade, você pode piorar a dívida. Hoje é um fato, a bilheteria nos dá uma resposta, a premiação nos deu outra resposta, o nosso torcedor, o Morumbi como casa de shows. Eu tenho uma receita que nos dá um fôlego, porque o que eu quero é a autoestima do torcedor.

VALOR DA DÍVIDA E FALTA DE TRANSPARÊNCIA
- Ela (dívida) está próximo dos setecentos milhões, mas não chegou. Espero, no final do ano, que a gente tenha outro número. Nós temos ainda mais uma janela, ainda mais competições. Antigamente nós divulgávamos o balancete e muita gente 'falta transparência'. Quando você apresenta um balancete de três meses ele é muito sazonal. Naquele momento ele pode aparecer uma dívida muito grande, que depois é recuperada com a venda de um jogador. Só que naquele momento que ele é divulgado, cria-se uma notícia. Hoje, os blogs dão notícias assim: 'São Paulo estourou em dívida'. Isso me compromete em operação financeira, em parcerias, em outras questões. Então eu eu prefiro esperar o balanço oficial.

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