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São Paulo publica manifesto e propõe ações pelos direitos das mulheres

Tricolor divulgou pesquisa realizada pelo próprio clube e apontou dados alarmantes sobre assédio e temor das torcedoras em frequentarem os estádios

Imagem divulgada pelo clube no manifesto
Torcedoras nos estádios brasileiros ainda temem assédio e ofensas machistas nos estádios brasileiros (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

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O São Paulo está comprometido em trabalhar pelos direitos de suas torcedoras. No Dia Internacional da Mulher, o clube soltou um manifesto se comprometendo em abrir encontros periódicos com as são-paulinas a fim de disseminar ideias e ações para acabar com o assédio e  violência às mulheres em ambientes esportivos. O Tricolor ainda realizou uma pesquisa que traz números alarmantes sobre o tema.

De acordo com o texto publicado pelo clube do Morumbi, 74% das torcedoras consultadas (de diversos clubes do país) não se sentem seguras para irem sozinhas aos estádios. Deste grupo, 54% afirmaram já terem optado por não irem a uma partida de futebol por temerem pela sua segurança e medo de serem assediadas por torcedores homens.

Os dados coletados pelo São Paulo demonstram a necessidade do debate sobre o tema e a igualdade de direitos para as mulheres. Ainda segundo o departamento de comunicação do Tricolor, 59% das mulheres entrevistadas confessaram já terem sofrido assédio em partidas de futebol. Segundo as torcedoras, passadas de mão e 'encoxadas' são comuns em momentos de maior aglomeração nas arquibancadas.

Por fim, 73% afirmaram já terem visto outras mulheres em situações constrangedoras em ambientes esportivos, além de piadas machistas, ofensas de cunho sexual e, claro, assédio.

Diante deste cenário, o São Paulo se comprometeu a cumprir seu papel e ser agente de transformação dentro da sociedade. O clube informou que no fim de fevereiro promoveu uma roda de conversa com torcedoras. O debate foi intermediado por três mulheres que trabalham no São Paulo, nos departamentos de comunicação, marketing e sócio-torcedor.

- O São Paulo Futebol Clube não acredita que o 8 de março deva ser encarado como uma amenidade comemorativa, mas sim como um movimento de mobilização para a conquista de direitos, para discutir a desigualdade e discriminação e para se manifestar contra a violência moral, física, psicológica e sexual ainda sofridas pelas mulheres. Este São Paulo não é só um clube de futebol, mas também um agente de responsabilidade social e institucional, diz a nota publicada pelo clube.

Confira as propostas publicadas pelo São Paulo 


- Assumimos o compromisso de manter encontros periódicos com nossas torcedoras, conduzidos exclusivamente por funcionárias mulheres, nos moldes do primeiro realizado no Morumbi, bem como de estabelecer contato direto com a ala feminina da torcida através do [email protected], canal recém-criado para atendê-las.

- Abriremos conversas com grupos de apoio voluntário a mulheres vítimas de violência, com a intenção não só de trazer a discussão para dentro do clube, mas também envolvê-lo no acompanhamento de casos relacionados.

- Nos empenharemos ao máximo para viabilizar mais segurança e conforto no acesso e saída do estádio às nossas torcedoras, através de diálogo com autoridades cabíveis e prospecção de parcerias com empresas de transporte especializadas em serviços de mulheres para mulheres.

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