Raí, diretor de futebol do São Paulo, disse após a derrota por 3 a 0 para o Grêmio que a ideia da diretoria é manter Fernando Diniz como treinador, mas com uma ressalva: o clube não está completamente satisfeito com o trabalho, já que a vaga na fase de grupos da Libertadores já poderia estar assegurada.
- Nenhuma mudança. A ideia é essa, que ele permaneça. O que acontece é que a gente poderia ter se classificado já para a fase de grupos. Se isso não aconteceu, a gente não está completamente satisfeito. Mas quem está mais insatisfeito é o próprio Fernando Diniz, além do grupo. Tem que ser uma responsabilidade compartilhada entre todos nós. Tem um trabalho que está sendo bem feito. Obviamente não tem ainda a regularidade que gostaríamos que tivesse, mas acreditamos bastante na sequência do trabalho - disse Raí.
Diniz acumula seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas em 15 partidas à frente do São Paulo (48,8% de aproveitamento). O índice é pior do que de seu antecessor, Cuca, que obteve 55,5% dos pontos em 21 rodadas do Brasileirão. O time está em sexto lugar no Brasileirão e depende de uma vitória sobre o Internacional, na quarta-feira, às 21h30, no Morumbi, para garantir-se na fase de grupos da Libertadores - a vaga na fase preliminar foi assegurada neste domingo graças à derrota do Goiás para o Fortaleza.
- Pressionado o São Paulo sempre vai estar. Começamos o campeonato pensando em título e agora o mínimo que a gente tem que conseguir é a fase de grupos. Depende só da gente, um jogo em casa - acrescentou Raí.
Embora diga que a ideia é manter Diniz, o próprio diretor de futebol não está garantido no clube em 2020. Ele fica sem contrato no fim do ano e o presidente Leco tem sofrido pressão até de aliados para não renovar. Ao contrário de outros momentos, o presidente não assegura que vá bancar o ídolo no cargo.
- Por enquanto o mais importante é o São Paulo se classificar para a fase de grupos. É quase uma obrigação na situação em que a gente está. Tendo ainda a oportunidade nas nossas mãos. O foco é todo nisso, 100% nisso, não vamos pensar em nada além disso - despistou Raí, que classificou a oscilação como maior problema da equipe.
- Muitos altos e baixos. Realmente o time ficou abatido. Quando você tem momentos de vazio como nós tivemos, contra um time como o Grêmio, eles acabam matando o jogo. É decepcionante. Agora a responsabilidade é nossa de ir buscar essa classificação direta. O torcedor está triste, nós estamos chateados também, mas depende só da gente. É trabalhar esse lado psicológico. Hoje teve um momento em que o Grêmio matou o jogo. Isso não pode acontecer nunca mais.
Raí também falou sobre as declarações recentes de Daniel Alves, que disse ver "partidos políticos" dentro do São Paulo e classificou a situação como "ridícula".
- Obviamente que a responsabilidade é compartilhada. Só quem pode tirar o São Paulo dessa situação é quem está aqui dentro. Obviamente cada um é livre para dar sua opinião, mas cada um também cumpre com sua responsabilidade. O grupo é capaz de cumprir com sua obrigação. Independentemente dos problemas do São Paulo, que não são novos, temos condições e qualidade de sobra para conseguir essa classificação.