Uma lesão no joelho esquerdo logo no início deste ano tirou muitos sonhos e desejos de Walce, que estava com a Seleção sub-23 se preparando para o Pré-Olímpico da Colômbia. Três meses após passar por cirurgia para reconstruir o ligamento cruzado anterior e corrigir o menisco do joelho esquerdo, o zagueiro do São Paulo permanece em recuperação e teve suas esperanças renovadas na briga por uma vaga para disputar a Olimpíada de Tóquio, adiada para 2021.
Em entrevista ao LANCE!, o jovem são-paulino contou como tem sido seus dias desde que lesionou o joelho e como tem feito o tratamento durante o isolamento doméstico por conta da pandemia de coronavírus, que indiretamente acabou proporcionando a volta do sonho olímpico.
- Apesar de o adiamento ser por um motivo ruim que o mundo vive, eu acredito que isso vai me dar uma nova oportunidade de buscar meu espaço na Seleção, é claro que não vai ser fácil, até porque o radar do treinador está recheado de jogadores de qualidade, e isso para o futebol brasileiro é muito bom - declarou o garoto formado na base de Cotia.
Walce sofreu a lesão no joelho em jogo-treino da Seleção sub-23 contra o Boavista, na Granja Comary, no dia 12 de janeiro, enquanto o grupo se preparava para o Pré-Olímpico que aconteceria na sequência. O defensor se lesionou em lance sozinho ao tentar controlar uma bola na linha lateral. Dali em diante começou talvez o seu maior drama na carreira.
- Foi um dos momentos mais delicados que vivi, ainda mais da forma que aconteceu, porém eu consegui assimilar tudo isso de forma rápida, e com apoio dos familiares, dos amigos e principalmente de Deus. Eu consegui virar a página e hoje estou em busca de me reabilitar e continuar escrevendo minha história dentro do futebol - contou.
Naquela época, Walce era um dos alvos do Red Bull Bragantino, que chegou a fazer proposta pelo jogador, mas foi negada pelo São Paulo. Além do clube paulista, o Arsenal, da Inglaterra, mostrou interesse no jovem e faria uma oferta, mas a lesão interrompeu a negociação e assim os ingleses buscaram o espanhol Pablo Marí, zagueiro do Flamengo. No momento, porém, o são-paulino pensa apenas em se recuperar e voltar a jogar futebol.
- Minha recuperação está encaminhada, acredito que o mais difícil já passou, e as coisas estão começando a se encaixar novamente, estou muito focado na reabilitação e dando sempre o meu melhor para que eu possa voltar a fazer o que mais amo que é jogar futebol - disse o garoto, sem dar prazo para retorno:
- Quanto ao meu retorno, é difícil cravar data certa pois cada pessoa leva o seu tempo para se recuperar, acredito que estou próximo a metade da recuperação (em lesões assim é estipulado um prazo entre seis e oito meses até voltar).
Embora a questão do isolamento doméstico ter mudado completamente a rotina do elenco do São Paulo e daqueles que faziam tratamento do CT da Barra Funda, Walce não acredita que isso vai atrapalhar em sua recuperação e contou como tem sido esse trabalho à distância em sua casa.
- O clube, por meio de seu departamento médico, desenvolveu um protocolo de tratamento para eu seguir em casa, e dentro desse processo posso contar também com o auxílio do meu irmão Walber que está prestes a se formar em fisioterapia e me acompanha de perto - afirmou, antes de completar:
- Essa interação entre os fisioterapeutas do clube junto ao meu irmão, que acontece todos os dias por meio de chamadas de vídeo, faz com que o processo de tratamento seja produtivo e eu possa continuar evoluindo. Dentro desse contexto sou muito grato ao São Paulo Futebol Clube por estar dando todo suporte que preciso - concluiu.