A reforma do Morumbi, então prevista para receber jogos da Copa do Mundo de 2014, faria parte da divisão de projetos do cartel formado por empreiteiras que é alvo de investigações da Operação Lava-Jato. A informação foi dada pela construtora Andrade Gutierrez em relatório enviado Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e publicado pela Folha de S.Paulo.
O cartel, segundo delações feitas até aqui, era formado por Odebrecht, OAS, Carioca, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, que integrou o grupo somente para a reforma do Morumbi e saiu assim que a Arena Corinthians foi escolhida para receber o Mundial no Brasil. A divisão dos projetos e os preços eram definidos antes mesmo dos processos de licitações para as obras da Copa.
O Morumbi esteve envolvido nos planos do cartel entre outubro de 2017 e junho de 2010, quando a mudança para o estádio em Itaquera foi oficializada. O então presidente são-paulino Juvenal Juvêncio, morto em dezembro de 2015, acusava que a troca havia sido por razões políticas e reclamava de suposto excesso de exigências da Fifa para adaptar o estádio tricolor.
Arena Castelão, Arena das Dunas, Maracanã, Arena Perbambuco e Arena Fonte Nova são as obras citadas pela Andrade Gutierrez entre as controladas pelo cartel. A construtora agora busca acordo de leniência para amenizar as punições pelas irregularidades cometidas.