Ricardo Gomes nega problema de grupo no Tricolor e liga alerta no BR
Treinador do São Paulo disse que só viu deficiências técnicas no time após derrota para o Juventude, volta a pedir um mês para mudar e se preocupa com situação no Nacional
O técnico Ricardo Gomes disse, após a derrota do São Paulo para o Juventude, que não enxerga problemas de relacionamento no grupo em meio à crise que se instaurou no Morumbi. O comandante analisou declaração de Maicon, que pediu intervenção da diretoria para tirar o time de uma situação incômoda.
- Não (problema extracampo), tem vários problemas no campo. Fora dele, quando você pega uma equipe com essa eliminação das Libertadores, não estava bem classificada no Brasileiro... Nada que eu veja, é apenas uma semana. Mas não sinto nada de muito importante. Falta de resultados vem falta de confiança e aí aparecem vários problemas que são subjetivos - afirmou oo treinador, em entrevista coletiva após a derrota por 2 a 1 para os gaúchos na noite desta quarta-feira.
Ricardo está a apenas uma semana trabalhando no São Paulo, mas já vê o time em situação delicada. Ele ainda acredita na classificação na Copa do Brasil, mas pede foco no Campeonato Brasileiro. O Tricolor tem ocupa a 11ª colocação com 27 pontos, apenas quatro da zona do rebaixamento.
- Pelo menos na Copa do Brasil tem a possibilidade, mesmo fora de casa, de reverter. Estou mais preocupado com a colocação do Brasileiro porque o São Paulo não pode ficar nessa situação. Os números não são bons, mas vamos reverter, mesmo com todas as dúvidas - analisou Ricardo.
O treinador eximiu a diretoria da responsabilidade pelo momento ruim e acredita que a reação tem de partir dos jogadores com a comissão técnica.
- Não conheço, são todos seres humanos, independente da função. É uma equipe. Comissão técnica e jogadores são o mais importante. O problema do campo agora não é diretoria. É comissão técnica e jogadores. A diretoria está fazendo o seu melhor - afirmou.
Confira outros trechos da entrevista do treinador do São Paulo.
Dá para sair dessa situação ruim?
Vamos reverter, não tenho dúvida. Tomamos o gol no início, mas nos reencontramos, aí no segundo tempo foi mérito do Juventude, muito bem organizado. Depois do pênalti perdemos a fluidez do jogo. Isso foi chato, temos de trabalhar muito, jogar de forma organizada e com fluidez. Perdemos depois do segundo gol.
De quanto tempo precisa para fazer todo o diagnóstico e resolver?
Na apresentação, eu falei um mês. Independentemente dos resultados, não estou justificando os resultados. Em qualquer equipe, você não monta uma equipe de um dia para o outro. Não quero dizer que estou chegando, ficar refém disso, a responsabilidade é minha dos resultados, desde o Inter. Mas como você monta uma equipe, precisa de tempo. Precisamos maturar essa equipe. Alguns jogadores importantes saíram. Tem que ter uma nova associação. Uma equipe com poder e ainda não é o caso de hoje. Essa equipe ainda não tem poder.
Time está jogando como pequeno?
Aconteceu quase que no último jogo. Tínhamos uma proposta de marcar bem. Hoje tínhamos obrigação de propor o jogo. Ela foi feita, não foi bem feita. Tivemos muita posse de bola, mas não conseguimos penetrar na defesa. A filosofia estava legal, mas posse de bola não ganha jogo. O que ganha é desequilíbrio da defesa adversária. Tivemos quatro, cinco no máximo, que conseguimos isso.
Por que Bruno no lugar de Buffarini?
Esperava o Juventude bem fechado, e queria explorar o Bruno e o Carlinhos. Fizemos poucos cruzamentos, conseguimos muita posse de bola, mas sem infiltrar. Queríamos insistir mais nos cruzamentos, por isso a opção pelos dois. Esperávamos explorar mais os lados do campo com velocidade.